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The Beatles
Pantomima Beatles Brasil
Oito fãs. Oito histórias diferentes. Gente que ouviu Sgt. Peppers na época de seu lançamento e gente que conheceu o disco pouco antes de ontem. Gente que mandou fotos. Gente que não tem o disco! Gente dos vários Estados dessa vasta Federação. Pessoas que relataram suas histórias de forma intimista e emocional, passando até pelo tom quase acadêmico da crônica. Apresento a reação dos leitores que escreveram para a coluna, atendendo ao chamamento do Beatles Brasil. São oito histórias que no meu entendimento resumem as visões de outros tantos fãs que não quiseram escrever, mas que por certo haverão de identificar-se com os relatos.
Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band completou 40 anos em junho, mas dada a sua importância às comemorações deviam se estender pelo ano todo, como se pudéssemos num passe de mágica fazer renascer o Summer of Love com suas luzes, sons, viagens, cores, tons e canções. Podemos tentar (re) ouvindo Peppers através do relato do fã que (re)gravou o disco inteiro, tocando sozinho todos os instrumentos. Ficou bom? Tire a dúvida você mesmo. Ouça! A Pantomima Beatles Brasil começa agora. Deixe-se levar pelo charme eterno das canções.
Cláudio Teran
REGINA RODARTE
Belo Horizonte - MG
Era muito criança, pelo menos para os padrões de hoje. Tinha 13 anos e já era muito fã dos Beatles, influência de um primo, 8 anos mais velho que eu. Ele emprestou-me o LP, hoje se fala "álbum”, e me apaixonei perdidamente. E sem entender coisa alguma, pois naquela época eu não entendia nada de inglês. Meu pai quase enfartou quando ouviu 'LUCY IN THE SKY WITH DIANMONDS', dizia ele que fazia apologia ao LSD, droga que na época estava sendo muito comentada, debatida, blá, bla', blá. O inferno se instaurou na minha vidinha de fã dos Fab Four, pois ele, meu pai, proibiu TERMINANTEMENTE, de ouvi-los. O que fazer?
Esperava ele sair para o trabalho e pronto, colocava no último furo numa vitrola 'veeeelha' que dava choque no braço. “A primeira música que me apaixonei, foi, claro 'She's Leaving Home”. Chorava rios de lágrimas pela melodia, depois, When I`m Sixty four, e depois foi o disco todo, não houve um dia da minha vida desde àquele dia que não ouvia o Peppers, e, claro era flagrada pelo pai repressor sempre. Ele ameaçava quebrá-lo e eu chorava... Implorava... Dizia que não era meu e ele falava para meu primo leva-lo embora. Este fingia que levava e me devolvia e assim foi uma corrida de gato e rato pelos próximos dez anos, até quando casaria e iria embora de casa. Acabei dando aquele meu primeiro LP Sgt. Peppers "de presente" para outro primo numa "cerimônia”, claro que realizada apenas na minha cabeça, de presenteá-lo como lembrança da minha adolescência.
Pensei que ele teria muito cuidado, mas para meu espanto está jogado num canto qualquer do sítio dele. E ele sempre promete devolvê-lo. Logo que meu marido comprou aparelho de CD imediatamente comprei Sgt.Peppers, claro! Todos os meus filhos tiveram momentos, na adolescência de Sgt. Pepper's. Parece uma iniciação'. Mas não é provocada intencionalmente por mim não. É como se fosse 'automática'. Para mim é - e para o resto mundo enfim - uma obra de arte! Um grande beijo, Regina...
ANDRÉ GANDRA KACZMARKIEWICZ JANTALIA (ANDRÉ KATZ)
Músico
Belo Horizonte - MG
Sou mais conhecido como André Katz, tenho 24 anos. De BH. Toco na Sgt Pepper's Band. Desde pequeno eu era super curioso com discos, nem sei por que tinha tanta loucura, principalmente compactos, e sempre que ia à casa dos outros olhava a coleção de LPs do pessoal. Um dia fui à casa de minha tia e me pus a olhar a coleção dela. A surpresa é que vi um disco com uma capa 'super louca' e que pertencia ao meu pai. Pedi para ouvir, mas estava tarde e ela me deixou levar o LP para casa. No dia seguinte eu tive um acidente logo cedo no colégio - quebrei o dedão da mão. Tava doendo pacas. Fui engessado. Já com o gesso na mão o que mais me importava era chegar em casa pra ouvir o tal do disco dos Beatles de quem já tinha ouvido falar vagamente... Mas acontece que... Dia 4 de abril de 1.992 quando a agulha do meu som tocou os primeiros acordes do álbum Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band... Meu mundo nunca mais foi o mesmo!
Acho que a procura por discos e a curiosidade era para achar aquele álbum e com ele descobrir a obra dos Beatles. Eu escutava direto e com certeza era a coisa mais absurdamente fantástica que ouvi. A grande alegria que tive foi quando minha tia me deu o mesmo disco que foi o responsável pela reviravolta musical na minha vida. Um Odeon mono capa sanduíche, um pouco rasgada, mas que pode simplesmente contar tudo o que se passou comigo durante os meus últimos 15 anos de vida...
Para se ter idéia de como esse disco realmente mudou a minha vida, basta pensar que em abril de 1992 eu morava no Rio, no mês seguinte mudei para Minas Gerais e fui colecionando os discos e tendo sempre vários, exceto o meu Sgt Peppers que sempre foi o único. Até que em 2004 devido a minha boa vontade musical eu passei a fazer parte da Sgt Pepper's Band de Belo Horizonte. Até hoje eu me pergunto como eu fui parar nessa banda com uma carga histórica tão grande e eu sendo apenas um guri, mas acho que desde o inicio, lá em 1.992, o traço da historia havia sido feito. Sou um homem feliz e devo muito a esse álbum! Anexo eu incluo além da foto, uma gravação integral do Peppers que eu me atrevi a fazer, gravando, tocando e cantando tudo. O atalho para ouvir é este: http://www.4shared.com.
JOELMA VIEIRA
Goiânia - GO
Foi Sgt. Pepper's que, de certa forma, apresentou-me aos Beatles. O ano era 1.993, eu estava na 6ª série do antigo ginásio, com 12 anos. Lembro-me de estar na biblioteca do colégio folheando umas enciclopédias... De repente, deparei-me com uma foto de 4 rapazes vestindo umas roupas coloridas e engraçadas, chamados "The Beatles", uma banda de rock dos anos 60. Não sei o porquê, mas jurava que eles fossem dos anos 40! Mas tudo bem, era uma banda antiga e eu sempre tive interesse por coisas do passado. Continuei a leitura. Dois anos mais tarde, "Anthology"! Passei a me integrar ao rol de fãs! Queria imediatamente começar a minha coleção, porém, gostaria que seguisse uma ordem cronológica, até porque eu amava a fase inicial, a da Beatlemania.
Mas não foi bem assim... Na minha cidade, Barreiras - BA, não tinha muita opção. Na lojinha de CD's, perto da minha casa, tudo o que tinha de Beatles eram os álbuns duplos Azul e o Vermelho. Mesmo assim, a dúvida: qual dos dois??? Sim, porque eu só podia levar um. Como eu ia pedir tanto dinheiro aos meus pais??? Resolvi ficar com o Azul, pois nele tinha "Hey Jude", "Let it Be","Don't Let me Down", certamente, com elas, eu iria conquistar minha mãe. E consegui. Nossa que dia feliz! O que eram aquelas músicas? Da 3ª à 6ª faixa, dava para sentir um gostinho de Pepper's.
Lembro de achar a batida da canção "Sgt. Pepper's..." bem moderna e a voz de Paul, muito vibrante, linda. Lembro também que eu ficava com receio da minha mãe não gostar de "Lucy in the Sky With Diamonds" ou de "A Day in the Life", a primeira porque podia parecer-lhe meio infantil (sei lá), e a segunda, por causa da orquestra barulhenta no meio. Eu achava muito 'impactante'. Por isso, quando ela estava por perto, eu pulava essas faixas, ou as ouvia bem baixinho. .Até que um dia, eu estava justamente ouvindo "Lucy..." quando uma visita da minha mãe disse: "Joelma, isso aí é Beatles né, eu adoro"! E pediu para aumentar o som.
Fiquei meio tensa, mas acho que 'mainha' aprovou a música. Pouco tempo depois, consegui convencê-la a comprar para mim o Álbum Vermelho. Mas Pepper's mesmo, eu nunca tinha visto à venda. A primeira vez que estive com ele nas mãos foi uns três anos depois, num sebo, já morando em Goiânia. Era um LP. Que capa mais linda! E as fardinhas coloridas? Eu queria uma daquelas desde que as vi no clipe de "Hello, Goodbye"! Pedi para ouvi-lo. Imediatamente coloquei para tocar todas as faixas que eram "inéditas" para mim e, ao ouvir "When I'm 64", foi amor à primeira "ouvida"! Mas, naquele momento, acabei não comprando, pois ele não era minha prioridade já que eu estava curtindo a fase "Help!"
Na verdade, Pepper's, na íntegra, somente chegou para mim dia desses, justamente quando completa 40 anos, e em mp3! Lógico que não me dei por satisfeita. Afinal não abro mão daquela capa linda, daquele colorido... Com certeza, é uma dívida que tenho comigo, mas, confesso,adoro essa sensação de coleção incompleta, de que há ainda algo a se saber, enfim, gosto de não ter "tudo de tudo". E é isso que alimenta, dia a dia, meu amor pelos Fab4. Joelma Vieira...
ANTÔNIO MARCOS (MARCÃO)
São Paulo - SP
Comecei minha coleção de 'fab-discos' já nos anos 80, quando a banda iniciava o ciclo de 20 anos dos lançamentos oficiais. Sabia do Pepper's mesmo antes de possuí-lo. Por um tempo esse era apenas mais um disco que faltava na coleção. Nada mais, nada menos. Até conhecia algumas músicas naquela coletânea azul 1967/1970. Só fui saber mesmo da importância contextual do álbum na sua época quando foram comemorados os 20 anos de lançamento, em 1987. Nessa época assisti a um ótimo documentário produzido pela BBC e transmitido na época pela TV Cultura de São Paulo sobre o Pepper's, e todo o movimento de contracultura que explodiu naquele junho de 67. Aquilo tudo me fascinou, me hipnotizou.
Fiquei muito interessado tanto pelo disco como por tudo relacionado ao que rolou naquele período. O Peppers então virou um Santo Graal da minha coleção... E foi difícil encontrar o LP nas lojas naqueles precários anos 80!!! Só fui adquiri-lo no ano seguinte, 1988. Como foi incrível ver aquela capa, aqueles detalhes, sons e cores em minhas mãos. Era de uma edição anterior à "remasterização" que lançaram em CD e vinil naquele período, por isso ainda tinha um pouco daquele charme analógico que na época estava em franca decadência. Senti-me orgulhoso de ter aquilo tudo em minhas mãos... Aquele símbolo de uma cultura jovem absolutamente revolucionária. Independente do pioneirismo ou não esse disco, tanto no seu conteúdo como todo seu visual é uma obra prima. Algo pra ser eternizado como as maiores obras de arte universal. Até, Marcão...
MARIA LÚCIA RICO KOSEKY
São Paulo - SP
1967 foi o ano em que eu completaria 15 anos. Amava, adorava, idolatrava os Beatles. Aqueles cabelos longos, as botinhas, os terninhos... Tudo me encantava. Ouvi-los no rádio ou na vitrolinha (com discos comprados com muito sacrifício - a situação financeira não era boa) era algo de místico. Em agosto daquele ano ganhei de presente de aniversário o Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band e na primeira vez que ouvi... Que decepção!!!!!
Era muiiiiiiiiiito diferente de tudo que tinha sido feito antes. Ouvi uma segunda vez... Uma terceira... E... Apaixonei-me!!! Tudo mudou! A expectativa já era outra! Ouvir Fixing a Hole, When I'm Sixty Four, Lovely Rita, A Day in the Life com seus ritmos e arranjos inovadores era algo sensacional. Para fechar o LP ouvir “I Buried Paul” no final de A Day in the Life foi instigante e envolveu de vez os Beatles nessa misteriosa empatia mundial! Beatle beijos Lucya...
VINICIUS TAVARES
Médico
Fortaleza - CE
Corria o ano de 1967. Os EUA afundavam no Vietnã. O Brasil afundava na ditadura militar. Do outro lado do oceano, mais precisamente nas terras do reino de Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, quatro rapazes, oriundos da classe operária britânica, enfurnados, há meses, em um estúdio de gravação da EMI, trabalhavam e criavam. Não apenas isso. Os Beatles concebiam a obra que iria mudar os rumos da cultura pop em todo o mundo. Algo inimaginável para os fãs e para a imprensa. Esta última, mal informada, já especulava sobre uma possível crise criativa do grupo. Como disse Sir Paul McCartney quase três décadas depois, eles não perderiam por esperar. Na verdade, naquela fértil década de 60, já se podia perceber um movimento consistente na busca de novos rumos para a arte. Pop-arte, filosofias orientais, rejeição à “haute couture”, exotismos variados, pacifismo, futurismo, influências dadaístas, experiências com alterações da percepção, enfim, tudo que estivesse à mão era 'experimentado' e transformado em arte. Mas, apenas nas mãos dos verdadeiramente talentosos. Porque muita besteira também foi cometida por gente mais presunçosa do que genial. As maléficas influências destes elementos ainda hoje podem ser vistas em qualquer bienal de arte que se preze. Mas, voltemos ao que interessa.
No ano anterior, os Beach Boys haviam lançado o excelente Pet Sounds e os próprios Beatles já tinham indicado o rumo que iriam tomar com Rubber Soul (1965) e Revolver (1966). Nestes três trabalhos já podiam ser notados esforços criativos na busca de novas sonoridades e combinações de estilos aparentemente díspares. Em 17 de fevereiro daquele ano de muita graça, subiu o primeiro balão de ensaio: o compacto de dois lados 'A', Strawberry Fields Forever / Penny Lane. Sucesso total. A torcida iniciou a levantar nas arquibancadas. Algo maior estava por vir. Finalmente, em 01 de junho de 1967, o evangelho veio à luz: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band caiu na cabeça do mundo. Imediatamente, do repetitivo popzinho norte-americano à recém-nascida Jovem Guarda brasileira, muita coisa despontou para a obsolescência. Ali estava o novo rumo. A grande e até hoje insuperável síntese da cultura pop. A partir da belíssima capa e nas suas treze faixas, o álbum oferece um amálgama do que ia pela sociedade e cultura ocidentais da época: conflito de gerações, revolução sexual, celebração do indivíduo, futilidades cotidianas, desejo de fuga da realidade, libertinagem desbragada, tudo combinado em meio a ousadias harmônicas perpetradas com sopros, cordas, loops, vocais, riffs de guitarra, cítaras, galos e despertadores para compor um trabalho conceitual que redefiniu os parâmetros da produção musical no rock. Era o primeiro disco com capa dupla, o primeiro disco com letras encartadas, o primeiro disco sem interrupção nas faixas. O mundo ficou atônito. Por alguns momentos, pareceu que as incertezas da Guerra Fria e a carnificina do Vietnã seriam sobrepujadas a talhos de música e poesia a embalarem o idealismo e as utopias. É certo que, nestes tempos de individualismo cínico, idealismo e utopia pareçam tão fora de moda quanto a felicidade. Os Beatles já não existem. John e George tombaram pelo caminho. Mas, a arte que legaram à humanidade ainda persistirá a lembrar que “o amor que você recebe é sempre igual àquele que você dá”...
FÁBIO REJGEN
Meu primeiro disco dos Beatles foi Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band!!! Um amigo meu já havia tido o vinil e eu era louco por aquilo. Mas em minha primeira viagem internacional, aos EUA, mais precisamente Miami e Orlando,para o tradicional passeio à Disney e adjacências, comprei o meu... Não em vinil, mas em CD !!! Ocorreu em 1995. Tinha então 21 anos. Embora fã dos Beatles desde 1990, me satisfazia somente em gravar, em vídeo, tudo o que passasse sobre eles na TV,juntos ou separados. Viajei com meu irmão e estávamos sendo 'ciceroneados' por um amigo que morava por lá. Além de nos levar aos mais decantados e “praxeiros” lugares turísticos, nos fez ter nossa primeira experiência em uma loja de CD's usados.
Isso não era muito comum por aqui há quase 20 anos atrás. Pra falar a verdade, há quase 20 anos atrás quase não existiam CD's no Brasil e os que existiam tinham preços nada ortodoxos. Ficamos tontos com o tamanho da loja e a quantidade de CD's que havia por lá! Partiu então cada um para um lado e eu, logicamente, fui em direção à letra "B"... "B", de Beatles !!! Pensem na minha satisfação ao tirar da prateleira aquele que viria a ser meu primeiro CD usado (e o mais importante, IMPORTADO): Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band !!! Confesso que fiquei por alguns segundos petrificado, com aquele disco em minhas mãos. Ainda tinha aquela mentalidade de que tudo o que era feito fora do Brasil era melhor, coisa e tal. Atitude de um recém-saído da adolescência...
Mas o que me deixou mais intrigado era que o CD embora usado estivesse INTACTO, ou seja, parecia que o dono tinha ganhado num dia e levado à loja no outro!!!! E me perguntava: como poderia isso??? Como pode alguém ter se livrado de Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band??? Será que a pessoa já tinha um??? Só pode... Sabia que, toda vez que escutasse Sgt. Peppers, ficaria ali, imóvel, incrédulo, fascinado em frente à vitrola (ou aparelho de CD, que era o meu caso), no mínimo, pelos próximos 40 minutos... Como certa vez disse Phil Collins, baterista e dublê de figurante (risos).
O bacana é que isso me fez ingressar no louco mundo consumista de música, pois me lembro que, ao chegar ao Brasil, simultaneamente acontecia uma mega-promoção em uma famosa loja de departamentos, onde comprei TODA a coleção!!!!
Bem... essa é a minha história com Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, disco que mudou a história da música mundial. Mas não posso me despedir sem antes elogiá-lo pela maravilhosa revista POP GO THE BEATLES, além de suas inserções pelo melhor site beatle do mundo!!! E como havia dito, essa foi a minha primeira viagem internacional!! Depois ainda viriam outras, principalmente por Londres e Liverpool. Mas essa já é uma outra história. Grande abraço do fã e leitor assíduo, Fabio Rejgen...
GILVAN MOURA da SILVA (Bald Beatle)
Prof. de Literatura Inglesa e Inglês
Rio de Janeiro - RJ
Eu o ouvi em 1988. Estava acostumado com Please Please Me, With The Beatles, A Hard Days Night e dei de cara com o Sgt.Pepper's na loja e o comprei. Dentro do ônibus, fui para casa olhando os detalhes da capa. Quanta gente que eu não conhecia nela. Isso sem saber que dentro do álbum havia aquela foto com fundo amarelo que mais tarde viraria um pôster no meu quarto. Depois, em casa, o susto. Pensando que o som seria parecido com os discos com que estava acostumado. Fiquei de boca aberta com aquela musicalidade toda. O bom foi que não conhecia o disco e minha atitude perante o álbum deve ter sido parecida com um adolescente 21 anos antes. Hoje tenho uns 9 Sgt. Pepper's (de todas as edições, incluindo o original em mono). Fora os bootlegs das gravações. Mas guardo com carinho o primeiro, que na verdade era o último vinil da edição “remasterizada” de 1988. Mas...No fim...quem liga pra qual a edição? Peppers é eterno!
ENTREVISTA NOEL GALLAGHER - OASIS
Tradução: Cláudio Teran
O guitarista Noel Gallagher do Oasis, em entrevista ao jornalista Colin Paterson da Rede BBC inglesa no mês de Junho passado declarou mais uma vez sua admiração pelos Beatles ao afirmar que nunca haverá outra banda como eles. Para falar de Sgt. Peppers agiu como um fã, e por essa razão incluímos trechos da entrevista nesta atualização especial.
O QUE Sgt.PEPPERS REPRESENTA PARA VOCÊ?
É muito especial para mim. Porque eu fui nasci no dia 29 maio de 1967, e Peppers foi lançado horas depois, no dia primeiro de junho. Gosto de dizer que quando estava chegando ao mundo, na maternidade do hospital St. Mary,s em Manchester, Sgt. Peppers estava tocando nos receptores de rádio do hospital.
HOUVE ENVELHECIMENTO DAS CANÇÕES, 40 ANOS DEPOIS?
Não. As canções continuam fazendo você flutuar e sonhar. Eu penso que quanto mais velho você fica, mais as aprecia.
POR QUÊ?
Porque algumas das maiores canções dos Beatles estão lá, como A Day in the Life e Lucy in the Sky With Diamonds.
ALGUM GRUPO OU BANDA DOS TEMPOS ATUAIS PODE SER COMPARADO AOS BEATLES?
Não existe nenhuma com essa condição. Não gosto de comparações. É preciso entender que os Beatles tiveram seu tempo. Eternizaram-se e surgiram numa outra época. Então não dá para estabelecer comparativos entre um grupo de hoje e outro dos anos 1960. Eu acho que você só pode ser do seu tempo. Também é preciso considerar que a música tinha muito mais importância nos anos sessenta que atualmente. De todo modo, nunca haverá outra banda como os Beatles.
VOCÊ GOSTOU DO ÁLBUM “LOVE”?
Chapei quando ouvi. Fiquei impressionado com a 'junção' da alta tecnologia com o talento dos Beatles perpetuado nas gravações. O resultado foi a 'montagem' daquela trilha sonora futurista, uma autêntica 'viagem sonora.' Uma das melhores coisas que eu escutei foi o 'cruzamento' da percussão de Tomorrow Never Knows com os vocais de Within You Without You. Aquilo é uma coisa absolutamente emocional, são os Beatles vivos sendo reinventados por eles próprios. Uma coisa meio louca. Fantástica...
“Acho que o fã que merece mais respeito é aquele sujeito que toma um ônibus vai até a loja de discos, compra meu álbum, volta para casa, e se põe a ouvir atentamente, ao mesmo tempo em que desmonta o encarte e lê cada linha, cada detalhe das informações contidas lá. Este é um verdadeiro fã”
Paul McCartney
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