Audrey, a nossa British Girl !!!
Diário de bordo de uma Paulmaníaca

10 de outubro de 2001

Meu dia começou às 7:00 horas, com meus gatos miando. Levantei, tomei meu café da manhã, tomei meu banho, acordei o preguiçooso do Brett e às 10:30h. nós estávamos a caminho de mais uma aventura McCartiniana. Desta vez nosso destino era Oxford.

A manhã de inverno congelava qualquer um. Ao mesmo tempo, o sol brilhava e as folhas do outono traziam uma sensação maravilhosa e romântica (especialmente porque estou comemorando meu primeiro ano de casada). Enfim... a atmosfera era mágica, e eu estava muito ansiosa.


O Brett pisou fundo na A40, rodovia principal que nos levaria a Oxford. O caminho é incrível: os campos verdes, as árvores amarelas, um sol intenso e um fundo musical composto pelos Wings. Assim foram as duas horas de viagem. Ao chegar em Oxford fomos direto para o hotel. Deixamos as malas por ali mesmo, e saímos pra conhecer um pouco desta cidade universitária. Os colégios parecem castelos medievais e o principal meio de transporte é a bicicleta. Nem é preciso mencionar que a cidade se encontrava repleta de jovens e muitos americanos.

Cinco minutos depois de circular pela centro da cidade (que é bem pequeno) começamos a avistar um bando de gente da imprensa munidos de muitas câmeras televisivas e fotográficas, em frente ao teatro Sheldonian. Adivinhem vocês quem era a figura? Sir Paul McCartney! Ele já estava dentro do teatro treinando o coral do Magdalen College, que iria cantar as quatro peças clássicas que o Paul escreveu, "Ecce Cor Meum". Nem preciso dizer que eu já comecei a ficar nervosa por ali mesmo.

Às 6 horas da tarde, voltamos para o Hotel, nos trocamos (o Brett esqueceu de levar sapato social, afinal das contas, ele teve de usar terno, gravata e tenis! - o que a ansiedade não faz com o ser humano...) e saímos pra comer alguma coisa. Nem fome eu tinha (não sei como esse homem me causa tanto nervoso desse jeito!). O Concerto iria começar às 8 da noite e os tickets tinham de ser coletados a partir das sete e trinta.

Lá fomos nós outra vez encarar uma fila medonha, até que depois de muito tempo chegou nossa vez. A moça da recepção, muito sorridente, nos cumprimentou e perguntou o sobrenome (pois nós havíamos comprado os tickets pelo telefone. você só precisa dar seu número de cartão de crédito, endereço e sobrenome). "Copping" with a "c" eu disse. Ela então começou a procurar os tickets e não os achava de forma alguma. Imagina só em que estado de nervos eu não fiquei. A moça resolveu chamar um homem alto de terno preto que parecia ser um segurança do local. Ele veio até nós, pediu um documento de identidade e pediu nosso endereço. Daí começou a falar com alguém num walk-talk e passou meus dados. Enquanto esperava ali, notei que haviam alguns convites da MPL endereçados aos possíveis amigos íntimos da família, e embaixo dos convites havia a lista dos convidados. E eu só babando.

Mais tarde ele voltou até nós e disse que foi um erro da bilheteria que imprimiu os bilhetes como "Topping" ao invés de "Copping". Ufa! Que alivio! Bem, entramos na recepção (Brett, eu e minhas flores), quando uma senhora que coletava os tickets disse que eu não poderia entrar com as flores por causa do problema do Anthrax. Não muito contente com isso, deixei as flores na recepção e fui sentar no meu lugar ao lado do Brett. O teatro parecia mais uma igreja italiana do que um teatro. Haviam figuras de anjos celestiais no teto e flores douradas nas paredes do estilo "barroco".

Compramos a programação do Concerto, que continha algumas fotos do Paul e um pequeno resumo de seu trabalho e do coral do Colegio Magdalen. Fiquei ali um bom tempo lendo aquele resumo e tentando achar o Paul numa foto de um coral onde ele estava com doze anos. daí o Brett diz com a maior naturalidade deste mundo: "Oh, Paul had just arrived with Heather"! Eu já esbugalhei meus olhos perguntando: "Where? Tell me Where!" E quando o Brett apontou a direção, eu não podia acreditar. Ele estava sentado a pouquíssimos metros de distância e vestia um terno muito elegante com a Poppy Flower (que é um símbolo de soliedariedade para com os soldados que morreram nas guerras e que se comemora geralmente no segundo domingo de novembro). Mais do que depressa eu me levantei fui tentar convencer a senhora de que eu precisava das minhas inocentes flores.

"I'm Sorry... we do apologise but you can not have them back till the end of the concert". Essa foi a resposta que eu humildemente obtive. A Heather, acreditem se quiser, estava meio que de olho na situação.

"Tudo Bem", pensei. "Eu vou passar por ele (Paul) dar um sorriso e fica tudo certo, mais vale a emoção de estar perto dele do que qualquer outra coisa". Ao passar por ele, notei que ele me olhou e virou a cabeça e me seguiu com os olhos até perto da escada. UAU! Isso foi demais pra mim! Não sei se foi por que ele já deve estar me reconhecendo ou se foi a cor roxa do terninho que eu usava que estava chamando a atenção. Enfim, já tinha ganhado minha noite.

Me controlei (apesar da emoção ser forte, repito o que sempre digo: não é todos os dias que nos deparamos com um Beatle, uma legenda do Rock), me sentei e me comportei como uma Lady. O concerto começou e o coral composto por meninos de idades variando entre oito a trinta e poucos anos, cantou maravilhosamente por 30 minutos. Daí veio o intervalo o Paul se levantou, bem como eu, e andamos em sentidos opostos e nos esbarramos, ombro-a-ombro com Paul McCartney. Eu não podia deixar de olhá-lo mais uma vez - e que troca de olhares! Vinte minutos depois, todos voltaram para seus respectivos assentos, e os músicos começaram a tocar uma sinfonia que era uma mistura de "From a lover to a Friend" com "A Day in The Life". As músicas, ou melhor, peças tocadas foram:

Spiritus Spiritus
State of Grace
Ecce Cor Meum
Musica

O Paul escuta cada nota com muita atenção, passam se alguns minutos ele tira um caderninho e começa a fazer suas anotações. O coral termina a primeira música, daí o Paul aplaudiu sua própria obra com vigor e foi fazer um comentário com um senhor que estava ao seu lado. Quando, pra minha surpesa, ELE me olha e continua falando com o senhor. Ohhh... eu mal podia acreditar naquilo. Um ídolo meu me olhando daquele jeito (isso se repetiu por mais duas vezes).

A segunda e quarta musica me lembraram um pouco "All you need is Love", e a terceira, "Ecce Cor Meum", foi a mais emocionante. A musicalidade foi tremenda e chegou a me arrepiar .Foi também a mais aplaudida. Ao final da performance, Paul se levanta vai até o Palco. Algumas senhoras do teatro levaram-lhe um gigante bouquet de flores, ele agradece ao regente, aos músicos, à platéia e faz uma brincadeira do tipo: "Esse coral me surpreendeu, temos homens de todas as idades cantando maravilhosamente! Agora, os garotinhos já podem ir pra cama e os garotões podem me acompanhar até o bar!".

A platéia sorridente dá-lhe mais uma tremenda salva de palmas. Paul vai embora pela porta da frente, Heather passa por nós em direção ao Paul e eles pegam um taxi. E eu volto pro Hotel contente, contente. Não é preciso dizer que o Brett ficou um pouquinho enciumado com as trocas de olhares. E foi difícil de convencer que isso é coisa de fã. Ou melhor, coisa de beatlemaníaco. Mas agora ele já entendeu, e nosso aniversário de um ano foi o dia mais romântico que tivemos.

beijinhos pra vocês,
Audrey Copping
(British Girl)









Free Web Hosting