Audrey, a nossa British Girl !!!
Paul ao vivo em Londres!

Sábado, 19 de Abril de 2003.

Audrey segura orgulhosa a palheta usada pelo Paul, presente da própria Heather! Hoje eu acordei bem animada. Não comi muito, pois estava muito ansiosa. Fui ao shopping center em busca de um belo modelito. Não demorou pra eu encontrar uma bela mini saia com pregas e uma blusa preta moderna bem justinha. Voltei pra casa, tomei um banho relaxante, fiz um banho de touca no meu cabelo, e tentei relaxar o máximo possível.

Sequei meu cabelo, botei uma bela maquiagem, um perfume cítrico, me troquei, dei um jeito no cabelo do Brett e escolhi uma roupa pra ele. Não queria levar bolsa, porque nesse tipo de show a gente tende a ficar de pé dancando, e é meio preocupante deixar uma bolsa no assento. Então optei em levar somente o básico dentro do meu casaco (brilho labial, travel card, chaves de casa, celular e o meu cartão do banco).

E quanto à mini camera, não dava pra escondê-la num lugar tão obvio como por exemplo, no bolso do casaco, entao tive de guardá-la... hum, melhor deixar isso pra imaginação de vocês! Não, não foi onde vocês estão pensando! :-) Tá bom, eu confesso, guardei-a dentro do meu sutiã!
Shhhhh... não contem pra ninguém!

Pegamos o trem de Hither Green até Charing Cross. A ansiedade estava me matando, pois esse era o primeiro show do Paul que eu estava indo. Chegamos na estacao, eu comprei uma rosa pro Paul (típico), e saímos correndo para a estação de Embankment, para pegar o tube (metrô)... que estava entupido de gente! Tinha um cretino que estava estraçalhando minha rosa e um outro (igualmente cretino) que não tirava os olhos das minhas pernas. Um outro cretino não parava de fungar o nariz no meu ombro. Fora isso, a jornada até Earl's Court nao foi tão ruim.

Ao chegar na estacao de Earl's Court, me deparo com um bruta de um cartaz com o lindo rosto do Paul, e um outro que trazia a propaganda do show Back to the World. Ai, ai, ai, quanta emoção! Esses momentos são os mais felizes da vida da gente... pelo menos da minha vida!!

Liguei pra Bea que estava junto com a Sarah (as minhas companheiras de aventura). Eu estava portando o ingresso das duas, então precisava encontrá-las. Aparentemente elas pegaram o metrô para Earl's Court, porém, saíram pelo local errado e levaram uns 15 minutos para chegarem ate onde eu estava.

Cumprimentei as duas com um beijinho e mais do que depressa nos dirigimos para a grande casa de shows de Earl's Court. A segurançaa estava mais eficaz do que nunca, Sarah tinha duas câmeras no bolso, sendo uma delas digital. A mulher me perguntou se eu tinha alguma, eu disse que não, e levantei os bracos a fim de demonstrar que estava disponível para uma inspeção. Ela só me fez um sinal que "sim" com a cabeça e me deixou entrar numa boa. A Sarah também conseguiu entrar numa boa. Aparentemente a mulher só revistou a bolsa dela.

Ao entrar, notei a semelhanca de Earl's Court com o Ginásio do Ibirapuera. Haviam lojinhas vendendo parafernália do Paul, camisetas, moletons, jaquetas jeans, canecas, etc.... Decidi comprar a programação. Quase caí de costas ao ver o preço de £15.00. Não teve jeito, tive de comprar.

Tudo ali dentro era caríssimo: as cervejas, refrigerantes, águas... a única coisa de graca que eu recebi foi um panfleto do Viva que tem uma foto do Paul e diz: "Go Veggie", e um cartão vermelho que dizia: "No More Land Mines". O Brett resolveu comprar batatas fritas. Pagou os olhos da cara por um pratinho de batatas fritas frias tipo borracha. Não, não, não recomendo pra ninguém!

Alguns souvenirs guardados por Audrey. Brett, Bea, Sarah e eu ficamos conversando por uns 25 minutos, ate que resolvemos entrar na arena. A sarah me deu uma das câmeras pra eu tirar fotos do Paul pra ela, pois o assento delas ficava no bloco BB (umas 25 fileiras atrás do nosso). A arena, tinha cadeiras dobráveis bem baratas e não muito confortáveis.

Eu me despedi das meninas e fui com o Brett pros nossos assentos que eram respectivamente 11 e 12 no bloco AA. Eu não acreditava no que via: primeirissima fila! Tínhamos uma maravilhosa visão do PALCO.

Aquela ansiedade estava nos matando, então, pra matar o tempo, resolvi mandar uma text message pro Paul. Decidi mandar uma que dizia: "Paul don't say goodnight tonight". As mensagens estavam sendo exibidas num telão que ficava no meio do palco, e as 4 mais criativas iriam ganhar um upgrade pra primeira fila.

Haviam mensagens muito cretinas do tipo "Paul toca a musica dos sapinhos", "Paul manda um hello pra minha mãe", ou "Hey Dave do bloco CC, aqui é o steve do bloco BB". Mas haviam também mensagens engraçadas, tipo "Paul, esqueci meus óculos. Dá pra você me mudar pra primeira fila?".

O Brett decidiu ir ao banheiro (muita cerveja), e ao voltar ele comentou comigo que havia visto um homem vestido com uma fantasia dos velhos tempos, com peruca e tudo mais, vagando pelos corredores de Earl's Court. Eu estava situada bem perto das guitarras, que vista! Tinha um segurançaa que estava bem na minha frente. Pensei: "xii... me freei com o tiozinho aqui na minha frente. Ele não vai me deixar tirar nenhuma foto!".

Uma bela hora eu comecei a escutar um som familiar, era um pequeno ensaio da música "Let 'em in". Acho que eles (os músicos) estavam ensaiando. Ficamos nessa angústia e ansiedade ate as 7:40h., quando uma voz nos auto falantes disse: "Ladies and Gentlemen please take your seats, the show is about to begin". O meu coração quase pulou pra fora de tanta emoção.

Apagaram-se as luzes e tudo que se podia ver era o telão no meio do palco com umas cenas do interior (provavelmente da Inglaterra). Começamos a escutar um som de cavalos correndo, de repente começa uma música tecno bem doidona (Aura Verde). Dai, foram aparecendo um bando de gente vestida com roupas antigas, vestidos compridões do século XVII.

Eles começaram a vagar no meio da multidão, assim como se estivessem deslocados. Em uma fração de minutos, outras figuras esquisitas foram aparecendo e caminhando pro palco: uma dancarina espanhola, um personagem surrealista com uma maçã pendurada na cartola (a pintura foi criada pelo artista Munch na época de 1930), um casal de chineses lutadores, 3 mulheres pintadas de dourado imitando estátuas, um guru, um homem fortão (Mr. Muscles), bailarinas, etc.

Eles começam a gritar, berrar, se desesperar no meio do palco. Essa performance foi tão surrealista que me lembrou um pouco do Sgt. Pepper, não sei porquê. Mas achei tudo bem malucão, como se estivesse num sonho. Depois de 20 minutos com essa performance, o telão se apaga e tudo que eu pude enxergar era a siluêta do Paul no telão segurando seu baixo Hofner pra cima.

O telao se levanta e quem eu vejo??? O proprio Paul McCartney em carne e osso, vestindo uma jaqueta azul royal, uma blusa vermelha por baixo e calça cinza escura listrada. Houve um grande tumulto de gente querendo passar lá pra frente do palco. Alguns conseguiram, outros não. Foi um tal de um pisar no pé do outro, botar o dedo no olho do outro... gracas a Deus ninguém me passou a frente. Seria sacanagem ter gasto £90.00 pra ficar atrás de quem gastou £35.

Nossa... quase caí pra tras de tanta euforia. Que lindo que ele estava e tão pertinho de mim. Quando ele entrou, tudo que eu podia escutar era aquela guitarra altíssima, e ele vindo todo sorridente a caminho do microfone, "You say Yes..." Que viagem!!! Foi no solo de "Hello Goodbye" que o Paul olhou pra gente, ele meio que arregalou os olhos e sorriu. Acho que ele deve ter nos reconhecido, porque a partir de então a atenção que ele nos estava dando era algo fenomenal.

Logo depois de "Hello goodbye" entrou "Jet". O Paul parecia estar bem animado naquela noite de sábado. Ao cantar Jet, ele botava a mão esquerda pra cima, encorajando o povo a fazer o mesmo. No final ele disse: "Welcome to the court of the Earls (fazendo uma reverencia ao filme Lord of The Rings) We have come to Rock You". A platéia foi ao delírio.

Ele seguiu com "All my Loving", enquanto podia-se ver os telões com imagens da Beatlemania em seu auge. Foi muito emocionante. Mais emocionante que isso foi ver o Paul tocando "Getting Better". Show de bola! A parte mais emocionante foi quando ele cantou: "I used to be cruel to my woman/I beat her and kept her from the Things that she loved/Man I was mean but I'm changing my scene/And I'm doing the best that I can". Entra o Wix com aquele instrumento indiano que o George tocava. E com que perfeição esses músicos tocavam! Dava a impressão que eu estava ouvindo o vinil original.

Logo depois dessa o Paul entrou com a deliciosa "Let Me Roll It". Que solo, que coisa fantastica!!! Aquele som altíssimo, aquele homem maravilhoso na minha frente, cantando uma das minhas favoritas. Quando ele cantou "Let me roll it" o pessoal fazia um sinal com os dedos (tipo rolando o polegar). Dai, uma bela hora, foi fatal: o Paul olhou pra mim (eita lasca), e eu rolei o dedinho polegar fazendo 'let me roll it to You' e apontei pra ele. Ele sorriu!!!

No final de Let me Roll it, ele emendou um trechinho de "Foxy Lady" (Hendrix). Comeca então, "Lonely Road". O telão mostrava o video-clipe da música, e eu me deliciava com o refrao: "Don't want to let you take me down/don't want to get hurt second time around/Don't want to walk that lonely road again". No final, Paul disse: "Don't want to walk that lonely road again". E olhou pra platéia com um olhar bravo e disse: "No No No No No!!!".

Dai, ele foi pro piano e disse: "This song is for someone special in the audience, this is for Heather". Surpreendentemente o povo a aplaudiu bastante. Paul comecou a tocar "Your Loving flame". Depois da belíssima "Loving flame", a banda saiu do palco deixando-o sozinho, Paul brincalhão e carismático como sempre disse: "This is the time they leave me alone with you. I'm not afraid, are you?". Todo mundo riu.

Paul disse que a proxima musica tinha sido escrita nos anos 60, na época que a América estava sofrendo alguns problemas políticos, e o racismo era um problema da época. Ele pensou nessa mulher americana negra, que o inspirou a escrever "Blackbird". Ao cantar "Blackbird" o pessoal se acalmou um pouco, a unica voz que se ouvia era a do Paul.

Depois de Blackbird ele seguiu com "Every Night" e "We Can Work It Out". Ao terminar "We Can Work It Out", o Mr. Muscles subiu ao palco trazendo o piano psicodélico bem pra frente do palco. Paul disse: "Olha! O que será isso? O que será essa caixa?". E alguem na platéia disse: "É um piano!". O Paul deu risada e replicou: "Isso mesmo, é um piano!". "You Never Give Me Your Money/Carry That Weight" iniciou-se.

No meio da canção ele não se lembrou da letra, ou fingiu não se lembrar e cantou: "This is the part were I don't know the words...". E eu fico extasiada com tão formosa melodia... "Oh that Magic feeling nowhere to go...". Logo após começa "The Fool on The Hill". Os telões exibem as imagens do clipe, naquela cena do Magical Mystery Tour, em que o Paul esta pulando naquela praia francesa vestindo um sobretudo preto.

Paul sai do piano, volta pra frente do palco, e faz um discurso do tipo "sabe quando a gente perde alguém muito próximo e se arrepende pelo resto da vida por não ter dito coisas que gostaríamos enquanto a pessoa estava viva? Bem, isso aconteceu comigo quando eu perdi o John. Então eu resolvi escrever essa música que é bem íntima e é mais um diálogo imaginário que eu acho que teria com o John". Começa a tocar "Here Today". Essa musica foi muito linda! Adorei! Ao terminar, ele disse "Agora é a vez de fazer um pequeno tributo ao meu querido amigo George". Paul pegou o seu bandolin e tocou "Something". As imagens do George começaaram a passar nos telões.

Eu, claro, como de costume, comecei a chorar. Acho muito tocante essa música "Something", ainda mais por estar sendo cantada pelo Paul. Há uma certa mágica no ar. Uma certa nostalgia. As lágrimas caiam e o tiozinho na minha frente ficava me olhando. Pensei: "Que saco esse cara ai me olhando! Nao posso nem chorar em paz, que ele fica ai me olhando! Ao terminar Something, Paul comentou: O George adorava tocar bandolin. Se ele me visse agora diria "Não, Paul, não é assim que se toca! É assim!". E Paul fez uma pequena imitação de como George tocaria o bandolin, num estilo mais rápido e country.

Agora a banda entra no palco e todos comecam a tocar "Eleanor Rigby" fantasticamente. "Here There and Everywhere" é a próxima. Ao final, Paul disse "É difícil estar aqui em cima, com uma enorme audiência te ouvindo, e você tem que se concentrar nas letras, nos acordes, e assim do nada, comecam a aparecer esses cartazes, e você inconscientemente fica curioso pra ler. Me pego lendo coisas do tipo (e apontou pra alguem que tinha um cartaz na audiencia): "My Mum Saw You at Shea Stadium in 1965." Dai, eu me desconcentro todo. Agora vamos parar com esses cartazes". A plateia riu, riu e riu.

Paul apresenta Wix, que por sua vez diz "Eu estou um pouco nervoso hoje, pois minha família esta presente na platéia. E, como voces sabem, o seus familiares são o seus maiores críticos. Gostaria de agradecer a presençaa da minha maior fã, que está presente na platéia. Esta noite ela tem 5 anos (referindo-se a sua filhinha)". Wix introduz a próxima canção e apenas diz: "esta canção foi escrita nos anos 60". A banda comeca a tocar "I've Just Seen a Face".

"Calico Skies" entra em seguida, e quem me aparece? A Heather Mills. A mulher resolveu sentar-se no chão BEM NA MINHA FRENTE. Eu só olhei pro Brett tipo: "olha quem esta aí!". Mas ele não entendia. E eu fazia sinal com as mãos... e ele nada de entender. Até que eu perdi a paciência, peguei meu programa do show, uma caneta e, com a cara e a coragem, cutuquei a heather no braco esquerdo. Ela me olhou com aquela cara de "O que é que voce quer?". E eu digo: "Could you please sign that for me?" (Mais vale uma British Girl com um autógrafo da Heather Mills do que uma British Girl de mãos abanando). E adivinhem a resposta?

- No, I'm sorry I can't !!

Assim do nada me surge uma segurança que mais parecia uma ninja, que me olhou feio e disse:

- No, She can't !!

E eu disse: "Ok Then!". Humildemente guardei minha programação, dei uma olhada pro Brett e cochichei: What a f****** bitch, it's a bit mean not to sign the thing, isn't it?". Ele concordou! Que vergonha que eu fiquei. Parecia que o estádio inteiro de Earls Court tinha visto a cena. E pra dizer a verdade eu nem curti muito a Calico Skies, que eu tanto gosto. No final de Calico Skies Paul disse: "essa música vai sair num album que ajudará as criançaas do iraque chamado HOPE". Mas não demorou muito pra eu me alegrar novamente com "Two of Us".

Agora é a vez de "Michelle". Paul conta uma história de quando ele era adolescente e tinha como passatempo tentar ganhar o coração das meninas, então vestia um sweater preto (ouve-se gritos e assobios das mulheres quando ele menciona a palavra 'sweater'), pegava sua guitarra e comecava a cantar em francês - pois naquela época as inglesas achavam os franceses muito sexy". Ele não teve muito sucesso com as músicas quando adolescente, mas depois de encontrar a fama com os Beatles, John disse: "Hey Paul, what about those french songs you used to play, we could sort of use one of them".

Daí Paul comecou a tocar aquela versão lenta e alternativa de "Band on the Run" (que está atualmente sendo exibida no comercial de TV da radio BBC 2), logo depois dessa rápida versão alternativa, ele entra com aquele tremendo solo da versão original. Que maximo!!! "Stuck inside these four walls/Sent inside forever./Never seeing noone nice again/Like you... Mama/You Mama/Youuuuuuuu...". Pensei "dane-se a Heather Mills" e comecei a dançaar freneticamente com o rockão de "If I ever get out of here/Thought of giving it all away/To a registered charity/All I need is a pint a day/If I ever get out of here/If we ever get out of here... Woohooo"... Que fantástico!

No meio da música Paul vem a minha direção, me olha e eu dou um olhar meio que cumplicente, e mostro a ele o quanto estou me divertindo. "Back in The USSR" é a próxima. O povo quase se acabou de tanto dancar com essa música. Ele volta pro piano e diz: "I wrote this next song for Linda, but tonight i want to dedicate it to all the lovers in the audience". "Maybe I'm Amazed" comeca a tocar e a Heather vai embora.

Agora Paul começaa a contar a história de suas massagens ao redor do mundo: "Quando a gente está em turnê, a gente fica nesses hotéis, onde existem uns spas. E nesses spas a gente ganha umas massagens, sabe? Eu me lembro claramente deste dia em que estava em um hotel na América, e esse cara enorme americano disse: Deite-se na cama (com um sotaque norte-americano). Agora imagine que seu pescoço é como o pescoço de uma enorme girafa. Como voce se sente, Paul?" Paul brincando diz: - Sinto-me como uma enorme girafa.

Continua: "Teve uma outra vez, em Tóquio (um japonês na platéia gritou e mostrou seu leque com a bandeira japonesa). Não (Paul olha pro Japonês). Nao foi dessa vez não! Foi numa outra vez". Sorri e continua: "Havia essa mulher japonesa pequenina que comecou a cantar: 'Yesterdayyyyyyyyy...'. Meu deus! Ainda bem que ela não começou a cantar algo dos anos 80!".

"Let'em In" começa a tocar. Nos telões aparecem imagens de soldados e de um monte de gente (provavelmente nos anos 50/60) saindo correndo pra entrar por uma porta. Adorei essa música! O tiozinho que estava na minha frente desaparece. Consigo tirar algumas fotos com a câmera que a Sarah tinha me emprestado. No final a banda vai tocando baixinho até que o último acorde entra bem alto. Muito legal!

Agora tem um pessoal entrando no palco com um tipo de uma placa toda preta. Eles colocam a placa bem na minha frente. Eu já comecei a suspeitar que eram os explosivos para "Live and Let Die". Paul comeca a tocar "My love", depois entra "She's Living Home". Todos os músicos, incluindo o Wix, vão para a frente do palco. Paul canta a música e ao mesmo tempo a encena. Quando ele diz: "Silently closing her bedroom door" faz um gesto com a mão, como se estivesse fechando uma porta. E em "She picks up the note that is lying there" finge pegar algo com as mãos. No último verso ele canta: "She's leaving Home... Bye bye..." (opa mais uma olhadinha)

Essa música foi um dos pontos altos do show. Agora entra "Can't buy me love" e é seguido por "Birthday", que Paul dedica para todo mundo que está fazendo aniversário. Havia um garotinho sentado do meu lado no show, e um dos seguranças chegou até ele, lhe deu um par de "ear plugs" e disse: "Coloque isso no ouvido, pois agora vai haver algumas explosões aqui no palco". Eu tinha diversas fitas de shows do Paul na minha casa no Brasil, e pra dizer a verdade, eu semprei achei aquelas explosões meio bobas, meio fraquinhas, entao nao me preocupei muito. E assim começa: "When you were young And your heart was an open book/You used to say live and let live (You know you did, you know you did, you know you did)/But if this ever changin' world In which we live in/Makes you give in and cry/Say live and let die... BOOOOOMMM!!!

OH, MY GOD!!! Eu pensei que iria sair voando dali feito um rojão, junto com aqueles explosivos! Estava completamente enganada, eles sao altissimos! Principalmente para quem está nas primeiras fileiras. Eu só olhei pro Brett com aquela cara de "Eu não acredito no que acabei de ver". E nós dois rimos, rimos muito. Eu conseguia sentir o calor da explosão no meu rosto! Que emocionante! Daí vem: "What does it matter to ya/When ya got a job to do/Ya got to do it well/You got to give the other fella hell/You used to say live and let live(You know you did, you know you did, you know you did)/But if this ever changin' world In which we live in/Makes you give in and cry Say live and let die... BOOOOOOMMMMMMMM!!! De novo, tive que me agarrar na grade que tinha a minha frente pra não sair dali voando feito um "dragonfly". Momentos mágicos, esses...

Agora é a vez de "Let it Be". Ao terminar, adivinhem que entra? A Heather Mills! A mulher veio vindo em minha direção, e eu pensei: "Putz grilo, não acredito que essa mulher vai vir aqui de novo me dar bronca só porque eu pedi pra ela assinar a droga da programação!" E ainda me lembro de ter pensado: "Como será que ela se lembra que fui que eu pedi pra ela assinar o programa?". Estava tão escuro, eu era apenas um rosto na multidão. Ela veio se aproximando cada vez mais, mais, mais e mais... até que ela chegou a um centímetro de onde eu estava, botou a mão em cima da minha e disse: "Look, I'm really sorry for not signing your paper, but the thing is, I have an agreement where states that I can't sign anything while in a concert, coz If I sign for one person I have to sign for a crowd of people". dai eu botei a mão no ombro dela e disse: "Don't worry it's okay, I understand that".

E ela não desgrudava de mim, até que ela me olhou e disse: "But I got this for you instead!" (e segurou na minha mão e me deu algo). "it's Paul's guitar pluck". Eu quase tive um ataque do miocárdio! A Heather Mills me dando a palheta que o Paul tinha usado!!! Eu só podia estar sonhando! Agradeci imensamente. Ela me deu um sorriso e começou a dancar "Hey Jude". E assim, Heather e eu nos tornamos amigas íntimas (risos). Nao vou mais deixar ninguém falar mal da minha amiga Heather... não, não, não e não! rs... rs... rs...

"Hey Jude" começa a tocar e eu estou extasiada com a palheta, com a música (que muito me lembra de um verão paulista chuvoso de 95-96. Eu costumava descer pro playground do meu prédio, encontrava minha turminha de amigos e mostrava meu livro dos Beatles pra eles. Nessa época que eu estava descobrindo os Beatles. "Hey jude" era uma das minhas preferidas), com o Paul... tudo estava sendo mágico demais. Uma bela hora o Paul berra: "Make it better... better... better... better... better... better... OOOOhhhhhh yeah" E o povo: "Na na na na na na naaaaaa na na na naaaaaaa... Hey Jude!!!" - que repete-se por umas 100 vezes. Daí o a banda pára de tocar e tudo que se ouve é a voz do povo num maravilhoso coro. "Agora só os homens!", diz Paul. "Na na na na na na naaaaaa na na na naaaaaaa Hey Jude...". Vozes grossas é tudo que se ouve. "Agora so as mulheres!"... "Na na na na na na naaaaaa na na na naaaaaaa Hey Jude..." Vozes femininas (e eu estava no meio dessas vozes). "Agora todo mundo, todo mundo na Grã Bretanha! Don't stop now, keep on going, c'mon babe c'mon babe c'mon, keep on going, one more time... Na na na na na na naaaaaa na na na naaaaaaa Hey Jude, Hey jude, Hey Jude Hey Juuuude". Paul se levanta e começa apontando pras pessoas da platéia, dizendo: "You were great, and you were great, and you were great". Quando eu já estava começando a ficar desanimada por ele não apontar pra mim, ele me olhou e disse: "YOU WERE SUPERB!!!". Não acreditei! Olhei pro Brett, que também estava em choque, e apenas sorri abobadamente!

Sou fraca... isso tudo tá sendo muito pro meu pobre coraçãozinho beatlemaníaco! Paul e a banda toda se encontraram no meio do palco, se deram as mãos e agradeceram ao público. A banda, juntamente com o Paul, saiu pela porta dos fundos. Aí o povo começou a bater o pé no chão e a chamar pelo Paul. E assim, como num sonho, Paul volta ao palco, com uma bruta de uma bandeira gigante do reino Unido. Ele passou de um lado pro outro com a bandeira, e brincou com a gente, passando a bandeira bem nas nossas cabecas. E ainda apontou pra gente com a mão, e arregalou aquele par de olhos maravilhosos, tipo: "Ah peguei vocês com a bandeira!". E eu ali só pensando "como esse cara é legal e carismatico!". O povo começou a atirar um monte de coisas (cartas, bichos de pelúcia, etc.) pro Paul, e eu aproveitei o embalo e joguei minha rosa (infelizmente havia uma barreira de aço que mantinha a galera há um metro de distância do palco). O Paul acabou não pegando essas coisas do chão, por estar com as mãos ocupadas. Mas tinha um cara que se encarregou de recolher tudo e levar lá pro camarim.

A banda voltou e o Paul tocou "The Long and Winding Road" (a preferida do Brett). Agora o homem (Brett) ficou feliz, embora ele estivesse animadao no show inteiro. Paul saiu do piano, voltou pra frente do palco e disse: "Thank You!". Um homem na platéia disse: "No Paul, Thank you!". Paul: "No, Thank You!". E o cara então disse: "No Paul, Thank You.". E o Paul: "Noooo, Thank you!". E o cara: "You are Welcome Paul!". "Lady Madonna" é a proxima. O povo dançou pra caramba!! Aproveitando o agito da galera , Paul disse: "Do you wanna keep on rocking?" E logicamente a platéia respondeu: "Yeah!". E sem demorar muito Paul começou: "a one, two, three, four... Well she was just seventeen.."... "I Saw Her Standing There"!

Ao terminar, Paul agradeceu a todo mundo envolvido no show, a banda, a todo pessoal da produção, os dancarinos, etc. E docemente comecou a tocar os primeiros acordes de "Yesterday". E eu sabia que essa estaria sendo a penúltima música. Não desgrudei os olhos dele. Queria curtir cada segundo desse sonho meu! Como tudo que é bom acaba rápido, Paul terminou Yesterday num piscar de olhos, e disse: "Well it's getting late now, (apontando pro relogio) it's time for you all to go home!" ( e juntou as mãos, como se estivesse gesticulando que era hora de dormir). E a platéia disse: "No, we are not tired!". Paul: "Yeah, we all gotta go home sometime! But before I go, I would like to play one more song for you!". A banda comecou a tocar empolgadamente a reprise de "Sgt. Pepper's". Puxa vida, que loucura! Não acreditava que estava vendo isso ao vivo e a cores.

O que levou a galera ao delírio foi aquela virada da reprise com "The end". E nessa virada, Paul voltou ali pra nossa frente e mais uma vez gesticulou pra gente, antes de entrar o coro do "we love you, we love you", e eu gesticulava pra ele, (apontava pra mim, quando dizia "WE" e depois pra ele na parte do "LOVE YOU") ele olhou e deu uma risadinha enquanto cantava! Que meigo!

E aquele rockao estava me deixando muito doida, quando de repente a banda pára e entra aquela voz meiga: "And in the end, the love you take is equal to the love.... (ele - Paul - fecha os olhos)... You Made... ahhhaaaa Yeah yeah... yeah... yeah... yeaaahhh ohhhhhh...". Começou a explodir um montão de fogos de artifício em cima do palco, confetes vermelhos, brancos e azuis comecaram a cair, formando as cores da bandeira do Reino Unido.

Canhoto do ingresso da Audrey

Eu quase morri (de novo) do coração. Esse homem me mata! Alguém atirou um coelhinho de pelúcia. Ele recolheu e perguntou: "Pra mim?". A banda se encontrou novamente com ele no meio do palco se despediram, Paul agradeceu dizendo: "Me and my bunny would like to wish you a very happy Easter!". Alguém tornou a jogar outro coelho quando ele já estava indo embora. Ele o pegou, olhou pra nós e disse: "Another Bunny?".

E assim eu acordei do meu sonho! Wow! E que sonho! Fui encontrar com as meninas, aproveitei pra pegar alguns confetes. A versão lenta de "Band on the Run" do comercial da BBC 2 começou a tocar novamente. Saímos com um belo sorriso no rosto. E é isso. Espero que eu tenha conseguido levar vocês pra esse Magical Mystery Show. "I Hope you have enjoyed the show!!!"

Audrey Copping

Set List
Auraveda Remix (Pre-show)
Hello Goodbye
Jet
All My Loving
Getting Better
Let Me Roll It/Foxy Lady- ending
Lonely Road
Your Loving Flame
Blackbird
Every Night
We Can Work It Out
You Never Give Me Your Money/Carry That Weight
The Fool On the Hill
Here Today
Something
Eleanor Rigby
Here There and Everywhere
I've Just Seen A Face
Calico Skies
Two Of Us
Maybe I am Amazed
Michelle
Slow version of Band On The Run
Back In The USSR
Maybe I'm Amazed
Let 'Em In
My Love
She's Leaving Home
Can't Buy Me Love
Birthday
Live and Let Die
Let It Be
Hey Jude

(Encore)
Long And Winding Road
Lady Madonna
I Saw Her Standing There

(Encore)
Yesterday
Sgt. Pepper's Reprise/The End









Free Web Hosting