Audrey, a nossa British Girl !!!
Beatlesweek 2003



19 de Agosto

Mal consegui trabalhar, tamanha era minha excitação. Não é pra menos... estava indo participar de uma Beatle festa VIP no Hard Rock Cafe de Londres! Então, depois do trabalho fui pra casa, me arrumei, botei um vestido meio que anos 60 e de máquina fotográfica em punho, Brett e eu tomamos o metrô para Hyde Park Corner. Devo admitir que a noite começou meio esquisita, pois fomos perseguidos por um cara estranho que estava fazendo exatamente o mesmo trajeto que a gente, subindo nos mesmos vagões, descendo nas mesmas estações... enfim um maniaco de dar medo. Tivemos que contactar um segurança da estação de metrô Hyde Park Corner.

Chegando lá no HRC, eu encontrei 2 colegas de trabalho, e sem perder tempo, fomos direto para a sala de exposições e raridades. Encontrei várias coisas legais, mas o que me chamou a atenção, foi aquela jaqueta verde de exercito do John, junto com a letra original de imagine e - pasmem - os óculos quebrados do John. O rapaz do HRC disse que aqueles óculos foram usados por John quando ele foi baleado. É bem triste e chocante.

Bom, a sala de exposições é bem pequena, então, pra nao perder muito tempo, tiramos uma foto básica e ja fomos logo saindo de lá. O rumo agora era o subsolo do HRC, onde a festa estava pegando fogo. Ao chegar lá, encontrei meu chefe e o Dr. Carlos Chaves (Cavern Club Brasil), que ja foi logo me apresentando pra turma de beatlemaniacos. O som era bom, a atmosfera era contagiante e eu fui logo perguntando para o Dr. Carlos Chaves: "Seu Carlos, onde esta o Alistair Taylor? Adoraria conversar com ele". Não demorou muito para que o Dr. Carlos Chaves me apresentasse para o Alistair, que já veio sorridente em nossa direção.

- Prazer em conhecê-lo Alistair. Eu disse.

- Não vai me dizer que voce tambem é beatlemaníaca? disse ele.

Conversamos por uns bons 20 minutos, até que ele foi levado embora por outros beatlemaníacos. Neste meio tempo deu pra eu perguntar se ele ainda tinha contato com o Paul ou o Ringo. Ele respondeu que não. Eu perguntei o porquê, e ele me disse que sabia tanto quanto eu. Ele acha que os ingleses tem uma certa vergonha ao se reaproximar das pessoas, um orgulho bobo, que acaba os afastando. Perguntei tambem qual era sua música predileta, e ele respondeu "Eight days a week", pois ele trabalhava 8 dias na semana sem parar. Era ele quem fazia de tudo, desde jogar um resto de maçã no lixo ou comprar as propriedades dos Beatles no nome dele, pois naquela epoca as fãs faziam plantão nas portas das casas dos 4 Beatles assim que soubessem do novo endereço. Alistair tambem me disse que seu album favorito era o "Sgt. peppers".

Nesta mesma hora, o Brett voltava com os drinks, e eu fui apresentá-lo, dizendo "Brett este é o famoso Alistair Taylor". E o Brett no meio da barulheira disse: "Quem?". E o Alistair, achando graça, respondeu: "Ih filho, você nem sabe quem eu sou né? Tá certo, não sou da sua época". Eu, em meio de muitas risadas, expliquei ao Brett: "Este senhor foi gerente da Apple, e foi ele também quem assinou o contrato dos Beatles. Agora, se o Senhor não se importar, vai assinar meu livro". Alistair sorriu, autografou meu livro e tirou uma foto com a gente também. Logo após isso, um americanão o levou embora.

Foi nesta hora que conheci o Dave Jones (Cavern Club Liverpool) pessoalmente. Já vínhamos trocando e-mails há algum tempo. Aliás, foi ele quem me conseguiu os ingressos para o show do Paul em Liverpool. Tive a chance de agradecê-lo pessoalmente. Dancei mais um pouco, terminei meu Red Bull e fomos nos despedindo do povo. O último que nos despedimos foi o grande Alistair, que meu deu um forte abraco e um beijinho no rosto. Eu nao pude evitar em dizer: "Alistair ganhei minha noite te conhecendo". E ele humildemente respondeu: "Não, não filha... eu sou apenas um pobre velho. Oh, como a gente diz aqui na Inglaterra, Bless Him".



20 de Agosto



Nos Estudios da Abbey Road - Nossa, que animação que eu estava na quarta-feira! Não são todos os dias que a gente tem o privilegio de entrar no estudio mais famoso do mundo! Convidei a Bea (minha companheira de aventuras Beatle) pra visitar nos estúdios, e ela que não é boba nem nada, aceitou de imediato. Sai do trabalho, fui para a estação de St. John's Wood, onde havia marcado um encontro com a Bea. Depois de esperar uns 5 minutos, ela chega toda animada. Batemos um bom papo por mais ou menos uma hora, então o pessoal do trabalho foi chegando e o Brett também. Depois de todo mundo ter finalmente chegado fomos para os estúdios Abbey Road.

Ao chegar, encontramos o Dr Carlos Chaves, que foi logo me apresentando para o ex-motorista oficial dos Beatles, o Alfie Bickenell. Já fui logo dizendo:

- Ola eu sou uma grande fã dos Beatles!

- Puxa, é mesmo? Prazer em conhecê-la!

- Prazer em conhece-lo, posso tirar uma foto?

- Claro que pode.

E ainda fez um comentário que soou muito bem nos meus ouvidos. Ele disse: "A Bela e a fera".

A sessão de fotos não parava por ai. O Dr Chaves tirou várias fotos do nosso grupo da Varig, pisando nas escadarias dos estudios. Ai ai que emoção! Juro que naquele momento eu tive uns flashes, das vezes que eu tentei entrar nos estúdios, e uma certa satisfação predominava no meu sorriso, pois sabia que desta vez, ninguem iria me impedir de entrar lá.

Um rapaz sorridente foi abrindo a porta para nosso grupo entrar. Parecia um sonho. É bem bonito e moderno lá dentro. Os corredores são decorados com quadros das capas de discos que foram la produzidos, vários dos Beatles, vários do Paul, John... Fomos descendo 2 lances de escada (se não me engano) pra depois virarmos à direita e... surpresa surpresa: o famoso estudio 2! Hum.. uma decepçãozinha pairou no ar. Não tem nada de moderno lá. É feio, mal pintado e dá a impressao que é mal cuidado também. Talvez eles tenham querido conservar o estúdio e não mudar uma agulha do que era na época dos Batles, fair enough. É legal imaginar que a maioria das músicas que eu tanto amo foram gravadas bem ali.

Estava tendo a gravação de uma banda cover alemã chamada Chantal, eles estavam gravando "Help!" instrumental. Tínhamos que entrar de fininho e ficar quietinhos. Foi bem emocionante no começo, mas eles erravam toda hora, e ficavam repetindo a mesma musica um zilhão de vezes. Comecou a ficar um pouco cansativo, principalmente por que, nos intervalos eles só falavam em alemão e a gente ficava sem entender nada, ali de pé no meio de uma multidão de gente num calor danado.

Enfim, depois de eles terem tocado umas 15 vezes, fomos salvos pelo gongo, ou melhor, pelo Dave Jones, que nos apresentou o Alfie Bickenell. Esse sim, deu graca de ouvir. Contou historias interessantíssimas. Uma delas foi a viagem pros EUA em turnê com os Beatles (na época em que aquela jornalista escreveu a matéria sobre o john ter declarado que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo). Ele nos contou que estava no final da turnê e se sentia cansado e tudo mais, até que surgiu um convite de uma festa fechada no restaurante de um hotel em Menphis, e que ele tinha sido convidado. Ele colocou seu melhor terno, sua melhor gravata, e foi para o restaurante encontrar os outros 4 Beatles. Ao chegar lá, ele viu aquela mesa com comidas finíssimas e pensou: "Hum, é hoje que eu tiro minha barriga da miséria". Neste mesmo momento, um guarda do hotel chegou e disse: "Peço desculpas em interrompê-los, mas estamos com suspeita de uma bomba no quarto de um de vocês. O john olhou para o Alfie e disse: "Alfie, vai lá resolver isto pra gente, vai!". E lá foi o Alfie. Depois de ter resolvido o problema e não ter encontrado bomba nenhuma, ele retornou ao restaurante onde encontrou apenas ossos das coxas de frango. Coitado do Alfie.

Ele também contou a história de um assistente de som dos estúdios que vivia beliscando a comida dos Beatles, até que um dia eles se encheram, e o Alfie teve uma idéia. Alfie sempre comprava a comida dos Beatles lá na Oxford Street, ou então em Piccadilly Circus. Num belo dia, ele comprou sopa de vegetais, levou pro estudio 2, deu 4 pratos vazios para os Beatles e 4 colheres. Ele ficou de costas para porta e colocou a sopa dentro de uma garrafa. Quando o assistente de som chegou, ele (Alfie) botou a garrafa com a sopa debaixo da blusa se curvou para frente fingindo estar vomitando nos 4 pratos. Os 4 Beatles pegaram suas colheres e comeram o líquido. Alfie disse que depois daquela noite o assistente nunca mais beliscou nada do prato deles. rs rs rs...

Assim que o Alfie terminou suas histórias, Dr Carlos Chaves me levou até a sala de som que fica no topo das escadas do estudio 2. O Dr Chaves é nota 10! A sala de som é bem bacana, toda acarpetada em azul com aquele painel de luzinhas coloridas e sofás pretos de couro. Imaginei o George Martin ali. Chegou a hora de ir embora, e pra completar minha visita dei uma passadinha no banheiro, que é bem chique, todo em branco. E assim termino minha jornada.

Parte II

Quinta feira, 21 de Agosto

Fui para o aeroporto de Heathrow, encontrar com o Dr Carlos Chaves, que é o organizador dos grupos e das bandas que estão vindo do Brasil para a Beatles Week. Nosso objetivo era encontrar com todo o pessoal que estava chegando do Brasil, colocar todo mundo no ônibus e mandá-los para Liverpool. Esta Quinta-feira foi um caos, pois alem da imigração prender a maioria do grupo por quase 3 horas, eles ainda mandaram 6 de volta. Coitado do Dr. Carlos Chaves, ficou esperando pela liberação desses seis até as 11:00h. da noite, mas infelizmente sem sucesso.



Sexta Feira, 22 de Agosto

Brett e eu estavamos programados para ir pra Liverpool, mas antes teriamos que buscar a apresentadora global Renata Boldrini no aeroporto de Londres. A Renata estava indo fazer uma reportagem sobre o evento. Ao chegar no Aeroporto, eu me apresentei à Renata e fomos direto para o carro, todo tempo era precioso! A jornada do Aeroporto ate Liverpool foi bem longa (4 horas e meia), a coitada da Renata tirou até um cochilo no banco traseiro. Ao chegar em Liverpool, me animei tanto que acabei acordando a Renata. E comecei um longo discurso de como adorava a cidade e tudo mais, até que o Brett desliga o rádio e diz: "Escuta so esse barulho". Era o pneu do carro que tinha acabado de furar. Não acreditei no nosso azar. Toca sair todo mundo do carro, e o pior é que chovia. Que vergonha!

Dai o Brett comecou a falar que iria chamar o AA (companhia que te da uma mãozinha se seu carro quebra) pois ele nunca havia trocado um pneu na vida e também porque achávamos que nao tínhamos um step. Mas a Renata ja tinha tido um carro igual o nosso (Fiesta) e sabia onde o step se escondia. Resultado: Conseguimos pegar o step que estava bem debaixo do carro, porém fomos uma negação pra trocar a droga do pneu. A nossa sorte foi que estavam passando dois garotos Liverpudlianos que por acaso eram mecanicos e trocaram o pneu pra nos e não cobraram um tostao! Por isso que eu adoro esses Liverpudlianos!

Depois de perder uma hora no hotel, finalmente pudemos levar a Renata pro Hotel Adelphi. E de lá fomos para o nosso hotel que ficava na rua de cima do Cavern. Nessa mesma noite tomamos um bom banho, trocamos de roupa e fomos badalar no hotel adelphi, onde já estava tendo o maior agito ao som da banda "Big Beatles". Entre um intervalo e outro eu acabei conhecendo este rapaz chamado Mohamed. Ele estava tirando fotos da banda e fazendo a reportagem do evento pro site da Big Beatles e Gazeta esportiva. Alem disso, ele estava ajudando na promoção da banda, dando pra toda a galera um pacote com camiseta, posters e informativos da banda, e chocolates brasileiros também. Muito obrigada, eu disse em português. Ele me olhou meio que surpreso, e disse:

- Nossa, achei que voce fosse inglesa!
- Não, sou brasileira, meu nome é Audrey!
Ele meio que com a pulga atras da orelha perguntou:
- Você não é aquela garota "British Girl" que escreve no portal Beatles Brasil, é?
Sim, sou eu Audrey Copping, disse.
Ele me deu a mão e disse:
- Prazer em conhecê-la! Muito legal sua coluna, posso tirar uma foto?

Isso tudo foi muito bacana, adoro esse tipo de contato com os beatlemaniacos! A gente se sente tao em casa! Enfim, me diverti muito, dancei muito, cantei muito. Nessa mesma noite acabei reencontrando o Dr. Carlos Chaves, Renata Boldrini e a maioria do grupo. Batemos um bom papo, e quando me dei conta ja eram quase 4 da matina.



Sabado, 23 de Agosto

Acordei cedíssimo, por volta das 7:00h. O Dr Carlos havia me convidado pra tomar o café da manha no Adelphi. Como podia recusar? Chegando no adelphi, eu fui conhecendo um pessoal muito interessante: Claudio da CVC, Silvia Madureira do Sesc, o Dr. Claudio do Rio de Janeiro, etc. Tivemos um bate papo bem descontraído, quando de repente eu avisto um Senhor familiar inglês, cumprimentando o Dr. Carlos Chaves. Era nada mais nada menos que o Howie Casey dos Wings que estava degustando seu café da manhã na mesa ao lado da nossa. Eu tive que me beliscar pra ver se era verdade o que estava vendo.

Ao terminar o café, eu fui dei uma volta no Adelphi, e notei um cartaz na parede que dizia: "Mike McCartney estara na loja Virgin autografando cópias de seu novo livro de fotos as 11:00 da manhã". Fui imediatamente em encontro ao Brett, saímos correndo pra tal da loja, e pra minha imensa surpresa, a fila estava curtíssima, deveriam ter umas 25 pessoas na minha frente, diferente da vez em que Paul foi autografar seu livro de poesias. Fiquei de bate-papo com o pessoal na fila, quando de repente uma garota que estava na minha frente me perguntou de onde eu era, eu disse que do Brasil. Daí ela começou a rir e disse que tambem era do Brasil. Não demorou uns 5 minutos pra ela me fazer a mesma pergunta que o Mohamed: "Você não é a British Girl, é?". Sorri e disse que sim. Ela comecou a me abraçaar e a dizer que gostava muito da minha coluna. Acabamos descobrindo que temos muito em comum: ela louquinha igual eu, mora em St John's Wood, e teve a sorte grande de ter encontrado o Paul coincidentemente por 3 vezes. E assim nasceu uma amizade entre eu e a Juliana.

A fila comecou a andar e eu pude notar através da janela de vidro que o mike ja estava dentro da loja assinando. Admito que de costas achei o Mike bem parecido com o Elton John. Ele estava usando um terno roxo meio que psicodelico. Chegou a nossa vez de levar o livro pro Mike. A Juliana, tava nervosíssima e eu idem. Depois da vez da Juliana, chegou a minha vez e a do Brett. Eu sempre achei o Mike meio esnobe, então cheguei até a mesa, dei um sorriso e disse: "Hello Mike!". Ele me olhou bem nos olhos sorriu e estendeu sua mão pra me cumprimentar (uau, ele é bem mais simpático do que pensava!).

- Olá! Tudo bem, pra quem eu assino?
- Para Audrey por favor.
- Oh, éo mesmo nome da minha sogra!
O Mike tira um jornal debaixo da mesa e me mostra a foto de casamento dele, e me mostra a esposa e diz: A mãe dela também se chama Audrey.
Audrey: Hum, interessante!
- Vocês são de Londres?
- Eu sou! - Respondeu o Brett
- Eu sou do Brasil! - Respondi.
- Brasil? Taí um lugar interessante que eu nunca fui! Espero ir pro Brasil um dia!
- Se você for, não se esqueça de viajar com a VARIG! É a companhia aérea Brasileira para qual trabalho.
- Ótimo! Assim que eu for, eu te chamo e daí nós viajamos todos juntos.
- Hum, infelizmente nao tenho nehum cartão aqui comigo.
- Não tem problema, me diga o nome da Companhia novamente.
E assim eu disse o nome e ele escreveu no jornal.
- Podemos tirar uma foto? - É claro que podem, juntem-se a mim!
Chegamos perto dele e a moça tirou a foto.
- Foi um prazer conhecê-la Audrey.
- O prazer foi todo meu Mike!

Dei a mão pra ele novamente Saí de lá tão contente, tremendo de nervoso! Comentei com o Brett e com a Juliana o quanto parecido com o Paul ele é. Se você olhá-lo do nariz pra baixo pode ate dizer que é o Paul. Pra dizer a verdade, achei o Mike bem mais bonitinho pessoalmente do que nas fotos.

Decidimos ir passear na Matthew Street, almoçamos em um dos restaurantes e fomos para um pequeno shopping center que fica na rua de trás do Cavern. Estávamos andando lá dentro quando de repente eu avisto o Allan Williams, que também estava assinando copias do seu livro. Toca gastar mais 10 libras no livro do Allan Williams. Ele foi bastante simpático, perguntou para quem assinar, e a conversa rolou mais ou menos assim:

- Olá, de onde voces são?
- Eu sou do Brasil, O Brett de Londres
- Oh, Brasil! Meu Deus, que vergonha! Me sinto envergonhado pelo nosso sistema de imigração! Eu soube dos 6 beatlemaníacos que foram deportados!
- Pois é... fazer o que?
- Olha, aceite minhas sinceras desculpas.
- Imagina Allan, você não tem nada a ver com isso! Não se preocupe.
- Eu me preocupo sim, e quer saber? Ano que vem eu irei convidá-los pessoalmente pra virem pra cá, e irei pagar pela acomodação!
- Mas mudando de assunto, conte pra gente uma historia bacana sobre os Beatles. - Disse o Brett.
- É verdade! Alguém me disse que você adoraria comentar sobre as calças de couro usadas pelo Paul!
- Ah, nem mencione essas calças! Eu sabia que eu tinha essas benditas calças em casa, mas não me lembrava onde! Um belo dia, eu passei mal e tive que ficar no hospital. Minha filha resolveu fazer uma limpeza la em casa e achou as calças num baú. Acho que ela não tinha idéia de quem elas eram, e jogou tudo no lixo. Ao voltar do hospital eu quase tive um ataque cardíaco, quase que tive que voltar pro Hospital.

Demos muitas risadas e nos despedimos do Allan. Andamos mais um pouquinho pelo centro e resolvemos voltar pro hotel. Descansamos um pouquinho, pra dizer a verdade tiramos uma soneca, das 5:00 da tarde até as 7:00 da noite. Trocamos de roupa, e fomos badalar (advinhem onde?) no Adelphi.

Dentro do Adelphi, existem vários bares e em cada bar tem uma banda tocando. O legal mesmo é a variedade de bandas que lá tocam. Começamos a nos agitar com a Big Beatles, depois trocamos de bar e fomos ver um cara canadense cantando as Beatle baladas. Daí trocamos de bar e fomos ver uma banda muito louca que só tocava rockão, e finalmente fomos para o piso de baixo onde encontramos uma banda argentina tocando mais beatle baladas. Terminamos nossa noite no embalo de "If I fell", e depois de um drinkzinho aqui, outro drinkzinho ali, olho no relógio e quase caio pra trás: eram simplemente 4:00h. da matina! Voltamos pro hotel, um frio danado, uma canseira louca, mas pra ser sincera, eu não me importava em ficar lá por mais tempo.



Domingo, 24 de Agosto.

Acordamos um pouquinho mais tarde, por volta das 8:30. Tomamos um rápido banho e fomos pro Adelphi, onde encontramos com o Dr. Carlos Chaves, que mais uma vez nos convidou para o café da manhã com ele. Tomamos o café e eu comecei a sentir uma dorzinha na cabeça (pensei: será que estaria eu de ressaca?) mas acabei percebendo que a dor nao era na cabeça, mas sim num nervo do dente do juízo que está me nascendo (detalhe: ja faz quase 2 anos que ele começou a nascer e nao flui). A sorte é que a filha do Dr. Carlos tinha Ponstam na bolsa e acabou me dando metade de uma cartela. Bless her! Tratei de tomar rapidinho o Ponstam, pra curtir o dia!

Começamos dando uma voltinha no pavilhão principal do Adelphi, onde tinha um mercado de pulgas, uma feirinha de segunda mão. Uma coisa mais interessante que a outra. Tinha de tudo que vocês podem imaginar: CDs, roupas, relógios, antiguidades, tênis, revistas, filmes... acabei não resistindo e comprei o "Give my Regards to Broad Street", e um CD piratão duplo do Wings "Back to the Egg". Começamos a dar uma voltinha e ao entrar em uma das salas com quem me deparo? Com o Alfie Bickenell, ele estava assinando e vendendo algumas fotos dele com o Paul, que eu imediatamente comprei. Foi super legal tê-lo encontrado. Ele até se lembrou de mim, olhou pra mim e disse: "Me lembro de você!". Daí olhou pro Brett e disse: "mas de você eu não me lembro".

Depois de muito andar pela feirinha, eu avisto um quadro que diz: Astrid Kirchherr. Saímos correndo e fomos vê-la. Quase caí pra trás. A mulher tá bem acabadinha! Estava sentada numa mesinha fumando um cigarrão, tinha um tipo meio esnobe. Dai fui logo perguntando se podia tirar uma foto com ela. "Sim, pode!", disse ela. Achei legal, porém ela nem se levantou da cadeira. Eu é que tive que me abaixar na mesa pra tirar a foto com ela. Daí, me acaba o filme da máquina. E ela disse (com um sotaque bem alemão): "vão trocar o filme e depois voltem pra tirar outra!". Nem precisou ir comprar outro, pois estávamos munidos com 3 ou 4 dentro da minha bolsa. Agradeci pela foto e comecei a dar uma olhadinha nos livros da Astrid. Eram tão cheios de teretetê, que você tinha que colocar uma luva para folheá-los. O preco então, ha ha ha... 480.00 libras. Que absurdo!!! Lógico que não ia pagar essa fortuna, mas gostaria de ter o autógrafo dela, pois acho que ela foi de grande influência na vida dos Beatles. Então, tive uma idéia: pedi para o Brett que fosse até ela com o leaflet do livro, que era de graça, e que pedisse para ela assinar. E assim o Brett fez. Chegou ate ela, e disse: "poderia autografar?" Ela já olhou com uma cara feia, e assinou o leaflet, o Brett perguntou: "Você poderia assinar no nome da minha esposa?". E ela disse: "Não! Só se você comprar o Livro". "Que arrogância!", pensei!! Saímos de la e fomos almoçar no restaurante do Adelphi.

Por volta das 3:00 da tarde chegou o momento mais quente do dia: o pessoal do Wings, Allan Williams e o Tony Sheridan iriam estar presentes na sala de convenções do hotel para uma entrevista. Primeiro foi a vez do Allan Williams, que nos contou histórias hilárias da época do começo da beatlemania. Ele é uma pessoa super simples e não tem vergonha em dizer que perdeu os Beatles por burrice. Só pra vcs terem uma idéia, o livro dele entitula-se "The fool on the Hill". Depois de mais ou menos uma meia hora de gargalhadas, Allan fica sério e pede desculpas aos brasileiros presentes pela imigração britânica, e diz mais uma vez em alto e em bom som, que estara convidando os 6 deportados para visitar Liverpool ano que vem. Depois do Allan, o pessoal do Wings entrou em cena. Pra dizer a verdade a entrevista nem foi tão boa assim, o melhor ainda estava por vir!

















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