Audrey, a nossa British Girl !!!
Ecce Cor Meum
no Royal Albert Hall




Sexta Feira, dia 03 de Novembro de 2006.

Cabelos e unhas feitas, maquiagem em tons de inverno, vestidinho cor chocolate, sapato combinando com o casaco (tambem cor chocolate), bolsa combinando com o sapato, I-pod, carteira, cartao de debito, celular, maquina fotografica e eh claro os ingressos. Fecho a porta de casa atrás de mim, enfrento o frio, ligo meu i-pod ao som de "Macca Tunes", caminho em direção à estação de trem. Meu destino? Royal Albert Hall. Mais uma noite que eu posso descrever como inesquecivel.

A ansiedade eh grande, o nervosismo também. Chego até a tremer. Será que é nervosismo ou frio? Pensando bem, acho que eh frio. Já fazem 15 minutos que desci na estação de metrô de South Kensington e não vejo nem sinal do Brett (meu super-mega-marido). Pego meu celular, estou pronta pra ligar, quando de repente vejo sapatos pretos quadrados muito familiares na minha frente. Subo meu olhar e lá esta ele, o Brett. Alegro-me, pois agora podemos ir pro Royal Albert Hall. Comecamos a caminhar por uns 10 minutos, sinto frio e fome. Começo a ficar irritada com toda essa caminhada. Por que será que ainda não fizeram um metrô próximo da maior casa de shows da Inglaterra? Realmente não consigo entender.

Enfim, depois de muito caminhar, chegamos no bendito Royal Albert Hall. Ele é lindo, um enorme prédio redondo de tijolos vermelhos com grandes janelas imponentes. E acreditem se quiser: mais de 12 portas. Como de costume, sempre acabo indo para a porta errada.. Dessa vez dizia no meu ingresso que a minha porta era a de numero 11 e adivinhem onde fui parar? Na porta 05! "Tipico", pensei. Depois de mais uma caminhada de 5 minutos em volta do Royal Albert Hall eu comeco a me encher de alegria, pois em volta do prédio haviam varios cartazes anunciando o concerto da noite, o Ecce Cor Meum, escrito por nada mais nada menos que Sir Paul McCartney. Finalmente achamos a porta de numero 11. Ela fica meio que nos fundos e vocês nao acreditam no numero de papparazzis que se encontra em volta do prédio todo. Centenas de papparazzis! Até você acaba se achando uma celebridade.

Ao entrar no Royal Albert Hall, nos deparamos com uma senhora de idade muito educada que olha nossos ingressos e nos direciona até nossos devidos lugares. No meio do caminho o Brett (Sr. bexiga cheia) resolve ir no banheiro, e eu (Sra. esfomeada) resolvo ir pra um barzinho que ficava proximo dos toaletes. Incrivelmente o barzinho estava vazio, com alguns poucos gatos pingados. Não acreditando na minha sorte, tratei logo de me sentar em uma mesinha e assim que o Brett voltou eu pedi pra ele me comprar um lanchão de salmão com crème Philadelphia. Enquanto eu degustava do meu super lanche, eu avistei um cara bem esquisito na minha frente. Ele era meio velhão de cabelo arrepiado preto, jaqueta preta de veludo, camisa branca desabotoada... uma figura! Depois de encarar curiosamente o homem por 5 minutos, me cai a ficha: era o Jeff Beck!!!

Nesse mesmo momento eu escuto o Brett dizendo: "Veja Audrey, o George Martin! E eu (com a boca suja de crème Philadelphia): "Onde, como, quando, cadê?" Brett: "Aí, bem na sua frente!" Eu: "Nossa, é mesmo!" E não era o próprio Sir George Martin, passando muito rapidamente pelas minhas barbas, adentrando-se numa outra área da casa de shows! Nisso, o Brett se levanta e vai atrás dele. Mas o perde de vista. E eu perco o sentido da realidade, nesses 5 minutos de surrealismo. Só aí percebo que o barzinho em que estavamos era de acesso privado aos artistas! Me levanto e tento acompanhar o Brett, que agora vaga sem rumo e sem destino pelos corredores do Royal Albert Hall. Depois de caminhar entre criancas e senhores e senhoras de idade eu começo a chegar à conclusão de que sou a única na faixa dos 20 anos.

Por volta das 7:30h escutamos a mulher anunciar que para todos irem aos seus devidos assentos, pois o concerto irá se iniciar em 5 minutos. O clima esta bem gostoso, todos muito educados, incluindo o homem que nos direcionou aos nossos assentos na segunda fileira. Vocês nao têm noção da vista maravilhosa! Atrás de mim, uma senhora que eu conheco dos DVDs do Paul. Ela vai a todos os eventos. Lembro de ver o rosto dela no Paul is Live, no Get Back, no Standing Stone, e tambem em todos os outros eventos em que estive. Tenho certeza que todos vocês, fãs assíduos do Paul, também já devem tê-la visto. Ela tem uma cara meio estranha, um nariz curvado, cabelo loiro escuro… já me disseram que ela não bate muito bem da cabeça. Dizem que ela já invadiu a casa do Paul em St Johns Wood e que já bateu em outras fãs. Ouch! Schei melhor nem chegar perto, tava ateh com medo dela querer me bater, porque eu estava na frente. Fiquei ali quietinha, bem na minha e até alertei o Brett que ficasse bem quietinho, bem na dele. Vai que a doida da mulher tira um par de tesouras da bolsa e comeca a picotar meus cabelos. Ok, ok... chega de falar da mulher.

Voltando ao concerto, nossos assentos não podiam ser melhores, bem no centro e bem próximo do palco. E entao o Brett diz: "veja Audrey, o cara das costeletas que a gente encontrou no Soho!" (vejam soh a descricao do Paul wix que o Brett faz).
- Que cara, onde, cadê?
- Ali!
- Nossa, eh mesmo!!!!

E lah estava o Paul Wix passando bem do meu lado, indo em direção ao seu assento, que ficava mais ou menos na décima fileira. Pensei: "Uau! Meu assento é melhor que o do Paul Wix!" Nesse mesmo momento eu me pergunto: Onde estará o Paul? Certamente ele deve estar em um desses camarotes hiper mega chiquerrimos e confortáveis. Com certeza ele deve estar lá, pois foi divulgado que a familia dele viria dar suporte. Então, as luzes se apagam e começaa o zum-zum-zum das pessoas indo pro palco. Vários musicos, varios camera men, uma soprano, todos vão chegando.

Tenho a impressão de ter visto a Stella McCartney indo sentar no meio da platéia e comentei com o Brett:

- Será que é a Stella?
- Coitada de você Audrey, tá variando mesmo. O que estaria a Stella McCartney fazendo no meio da platéia junto com todos nos pobres mortais?
- é, você tem razão.

De repente uma voz altissima comeca a cantar My Love.Me supreendi e pensei: "será que estou no concerto certo? Será que eu acabei vindo numa opera em tribute ao Paul? Será que o Ecce Cor Meum é amanhã? Nisso, o Brett me cutuca e diz:
- Você não disse que era uma obra clássica nova?
- É, também tô achando estranho.
Mas a moca que cantava a opera (soprano), cantava tão bonito que eu começava a achar que até que não seria nada mal ouvi-la a noite inteira cantando Paul McCartney. "My Love" termina e agora, pro meu deleite, ela começa a cantar uma das minhas favoritas "Warm And Beautiful". Nossa, que melodia, que letra, que obra prima. Vamos falar o que é verdade, o homem é um gênio musical! Após Warm And Beautiful, a platéia se contorce em aplausos e um rapaz com cara de tenor, vestido como tenor, e que era de fato um tenor, sobe ao palco e fica lado a lado com a moça soprano. Eles comecam a cantar "Calico Skies", ele comeca a primeira estrofe e ela a segunda. Sabe o que eu acho engracado? As caras que eles fazem nas óperas e concertos clássicos. É meio que um drama, meio que uma encenação. Muito legal!

Nunca tinha ido a uma Ópera e juro pra voces que É muito emocionante, principalmente quando são tocadas suas músicas preferidas, assim como tocaram uma musica que me faz lembrar muito da minha mãe, "Golden Earth Girl". Meu Deus, dá vontade de chorar. Imagina a sua canção predileta, aquela canção que te traz lembrancas de alguém querido, lembrancas de épocas da sua vida, que te leva a lugares, que te faz viajar... imagina essa canção ser tocada num volume bem alto com uma orquestra e cantada por um tenor! Tá louco! Não tem coração que aguente! Depois de me emocionar com Golden Earh Girl, o tenor comeca a cantar "Some days". E nessa hora fica nítido que a escolha das canções foi realmente em homenagem a Linda. Agora a soprano e o tenor cantam "Junk" juntos. E o Brett me cutuca (pois eh a gente se cutucou o tempo inteiro, estamos com vergões nos braços de tanto que nos cutucarmos) e pergunta: Que música é essa???
- Junk!
- Eu não conheço essa não!
- Tem no Anthology.
- É por isso que eu não conheço.
- Mas ele também lancou-a no album McCartney I
- Ah...
A orquestra fica maior ainda, alguns músicos chegam, se sentam e comecam a tocar "Nova"(do álbum Garland for Linda). Somente a orquestra toca, não há acompanhamento de soprano ou tenor.

Em seguida é a vez de "The World You're Coming Into", "Ghost Suite"(Liverpool Oratorio) e "Celebration" (Standing Stone), ambas acompanhadas da Orquestra, do tenor e da soprano. Confesso que não reconheci essas três últimas, mesmo porque não conheço muito bem os álbums "Liverpool Oratorio" e "Standing Stone".

Luzes se acendem. Hora do Intervalo!

Povão comeca a sair desesperado pro bar, e nós tambem. Não que estivesse desesperada atrás do bar, mas estava desesperada por alguma coisa…ah, lembrei: estava desesperada atrás de uma programação do evento. Sim, porque até então não tava entendendo se eu estava numa ópera tributo ao Paul disfarçada de Ecce Cor Meum, ou se o Ecce Cor Meum estava disfarçado de músicas clássicas em tributo ao Paul. Então pergunto pra uma mulher que segurava uma programação onde ela havia comprador, e ela me disse que a tinha comprado na lojinha de mercadorias do Paul que estava situada na porta 6! Toca sair caminhando metade do Albert Hall à procura da tal da porta 6.

Achei a lojinha, tudo muito caro. A programacao custou a bagatela de 10 libras! Fiquei de olho numa camisetinha baby look com o simbolo do Ecce Cor Meum em glitter, mas custava 35 libras! Muito cara. Resolvi comprar somente a programação. Ah, agora sim!!! Depois de folhear a programação eu entendi o porquê de terem tocado as músicas do Paul. Foi só pra encher lambuja. O Ecce Cor Meum vai ser tocado depois do intervalo. Com certeza seria muito curto se fosse tocado somente o Ecce Cor Meum!

Agora a galera volta pros seus lugares e descendo as escadas atrás de mim está uma leva de garotinhos uniformizados. Uma gracinha os meninos. Queria tirar uma foto com eles, mas o Brett achou melhor não, entao, voltamos pros nossos assentos. A louca da mulher que sentava atrás de mim agora passou a sentar no assento vago que tinha na minha frente. E minutos antes do Ecce Cor Meum eu escuto a galera gritando "EEEEEEE PAUL!!! PAUL WE LOVE YOU!!!" E quando me viro pra trás, vejo todo mundo se levantar de seus assentos pra aplaudi-lo. Várias cabeçonas na minha frente, então eu não me controlo, tiro os sapatos e subo na cadeira, agora sim eu o vejo. Vejo PAUL McCARTNEY entrando pelos fundos e se sentando junto com a Mary e a Stella no meio do povão!!! Tipo, na décima terceira ou décima quinta fileira. Ele entra todo sorridente acenando pra todo mundo, e juro que o vi olhando pra mim. Mesmo porque devia ser a unica garota mal comportada que subiu em cima da cadeira. Os ânimos vão se acalmando e eu sou obrigada a descer da cadeira. Sabe que eu sempre me sinto muito bem no Albert Hall? É o tipo de lugar que você pode levar câmera fotográfica. Ninguem te revista, ninguém mete o nariz dentro da sua bolsa, você nunca é carregado por nenhum segurança, ninguém te diz pra não berrar, ou pra se comportar. Gosto muito dessa liberdade que o Royal Albert Hall te proporciona! Enfim, o Ecce Cor Meum comeca.

A primeira música é "Spiritus". Noto que tem um homem fazendo percursão atrás do palco, um homem tocando órgão no centro acima do palco, os garotinhos do coral (que eu havia visto atrás de mim, nas escadas) do colegio Magdalen, os outros garotinhos do King's College. A rapaziada da Academia St Martin's in The Fields (que é uma igreja no centro de Londres, famosa por patrocinar concertos clássicos), o maestro Gavin Greenaway e a soprano Kate Royal. Agora eu sei até os nomes deles, pois tenho minha super-mega programação, que muito me auxilia.

Seguida vem "Gracia", que foi lindamente executada e cantada.

"Interlude", ou o "Lamento", como é chamada por Paul, é bem curtinha, tem por volta de uns 3 minutos. É realmente triste e muito poderosa, como ele mesmo a descreve. Voce só escuta algumas vozes do coral se lamentando, mulheres e homens numa sintonia fora do comum, chega ser algo angelical, algo sublime. Realmente uma das Highlights do concerto.

"Musica" é a mais comprida de todas, tem bastante participação das criancas e diversas variações. Todos participam, os garotos do colegio, a galera do St Martin In the fields, o cara da percursão, a soprano... parece até uma trilha Sonora de algum filme de Hollywood.

"Ecce Cor Meum" é diferente, me lembrou as musicas do Queen, com variações loucas, órgão, vários vocais, cornetas, enfim fechou com chave de ouro!

O povo levanta aplaude, Kate Royal (a soprano) recebe flores, o maestro recebe flores e a galera vai ao delírio quando o maestro pede pro Paul subir ao palco. Ao subir, ele faz um pequeno discurso:

E ai o que vcs acharam? Eu me sinto tão privilegiado de estar entre esses ótimos músicos, que fizeram um maravilhoso trabalho esta noite! Eu sei que eles trabalharam arduamente, eu estive nos ensaios. E posso dizer que esse é um trabalho cheio de amor e onde várias pessoas maravilhosas me ajudaram. Eu gostaria de agradecer a esta linda orquestra, às vozes de Londres, aos jovens do Magdalen e do King's College de Cambridge... e ao Ben (Parry), que é o maestro do coral que os manteve sob controle. Katie, Kate Royal, que esteve fantástica, Gavin Greenaway, que também manteve tudo sob controle. Andrew Staples, o tenor que cantou na primeira parte do concerto (ele teve que ir embora na segunda parte) e tambem ao Colm (Charey), o rapaz do órgão ali em cima (acena para o Colm). E a todos vocês! Eu tambem gostaria de agradecer a um monte de gente maravilhosa, à minha família, ao meus amigos. Realmente foi um trabalho de amor, com tantas pessoas maravilhosas na audiência. Bom, é isso. Mas o mais importante é que nós gostaríamos de agradecer a todos vocês por terem vindo! Boa noite!!!

Uma enorme chuva de confetes brancos em formato de coração caem sobre a platéia. Alguém da produção lhe entrega flores e o Paul diz com cara de surpreso: "Pra mim?" Recebe as flores acena pro povo e sai do palco. Mas antes que ele saisse eu fiz questão de pedir pro Brett tirar uma foto onde desse pra ver a minha cara e o Paul. Porque a distancia entre nós era tão pequena... eu estava tao proxima do Paul! Pela primeira vez na vida eu consegui tirar boas fotos dele. Fotos descentes!

O Paul sai do palco e eu corro pro lado esquerdo, corro pra muvuca. Não sei ao certo o que está acontecendo lá no meio, mas corro só por desencargo de consciência. E assim que chego ali na muvuca eu escuto alguem dizendo: "Sir George, Posso apertar sua mão?"... E ali está ele, senhoras e senhores: Sir George Martin bem na minha frente! Pra não perder o costume eu pergunto: "George, posso tambem apertar sua mão?" E ele diz sorrindo: "Claro!" Ele já vai saindo, mas eu não perco a oportunidade. Ah não, meus amigos, nesta vida nao podemos perder oportunidades! Toco no braco dele, ele se vira pra mim, curioso. Então eu digo:

- Sabe, George, eu já te vi numa na estação de Liverpool... oops... quero dizer, na estação de Euston, indo pra Liverpool. Eu estava com a minha mãe, somos do Brasil.

E o George abrindo um imenso sorriso diz:

- É mesmo? Que bom saber! Bate no meu ombro e sai.

Nessa hora eu escuto duas mulheres dizendo: Quero tocar na mão dessa garota!!! Eu sorrio toda feliz pro Brett que me aponta em direção a Stella Mccartney, que passa bem do meu lado, junto com o marido. Não posso deixar de notar que a Stella é bem baixa. Bem mais baixa que eu. Seguida da Stella vem a Mary, que parece ser bem mais alta e bem mais simpatica que a Stella. Ela sorri e vai falando "oi" pra todo mundo. Atrás da Mary vem Jeff Lynne, junto com o Neil Aspinal. E em seguida vem o Paul Wix. E, conhecendo o Paul (Jah tive a oportunidade de converser com ele em 2001, quando coincidentalmente eu o vi numa festa de rua no Soho), e sabendo que ele é uma simpatia em pessoa, eu digo:

- Paul posso tirar uma foto com você?
- Claro que pode!
Passo a câmera pro Brett e que se posiciona pra tirar a foto e diz: "Sorriam". Click! Foto tirada. O Paul Wix é tão legal que falou assim pro Brett:
- Tem certeza que você tirou a foto? Eu não vi flash nenhum! Não precisa ficar nervosa, eu tiro outra, eu não vou sair daqui correndo.
- Sim, tirei a foto, veja só como ficou boa.
- Ficou mesmo

Agradeci imensamente, fui me retirando e me certifiquei de recolher varios confetes. Na saída do Albert Hall a gente se depara novamente com o Paul Wix. E dessa vez é a vez do Brett ir conversar com ele. De caneta em punho, o Brett diz:
- Paul, você se importa de assinar a programação pra gente?
- Não me importo de jeito algum, pode passar aqui pra eu assinar. Onde você quer que eu assine?
- Qualquer lugar
- Qualquer lugar não, Brett! É melhor ele assinar na parte de trás da programação.
- Na parte de tras... okay... então eu assino na parte de trás.
- E ai gostou do show? - perguntou Brett.
- Gostei bastante, mas eu tava meio cansado, sabe?
- E então, iremos vê-lo novamente numa turnê?
- Sim, se tudo der certo!
E assim saimos de lá. Como sempre muito surreal, muito mágico.

Lista das Musicas

My Love
Warm and Beautiful
Calico skies
Golden Earth Girl
Some days
Junk
Nova
The World You're Coming Into
Ghost Suite
"Celebration"
------------- Intervalo -------------------
I Spiritus
II Gracia
Interlude (Lament)
III Musica
IV Ecce Cor Meum








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