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Paul McCartney me desenhou um coração!
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Terça, 21 de Novembro 2006
Comeco a ficar ansiosa, pois li no jornal que o Paul McCartney fará uma rara aparição pública em Londres. Assim como ele fez em Nova Iorque, estaria indo fazer uma tarde de autografos do ambos CD "Ecce Cor Meum" e do DVD "The Space Within US".
Li num web site que as pessoas em Nova Iorque fizeram fila 2 dias antes, então, eu comecei a ficar apreensiva, pois não sabia se iria coseguir vê-lo. Por via das duvidas, resolvi tirar um dia de folga e tentar a sorte.
Depois de me ouvir o dia inteiro falando sobre o Paul, uma das meninas que trabalha comigo me deu a brilhante ideia de dar uma passadinha na Virgin Megastore (que ficava no meu caminho pra casa) pra dar uma espiada na fila, pois assim eu teria uma vaga idéia de quantas pessoas haviam. E algo me dizia que a coisa nao tava muito boa pro meu lado. Assim que eu cheguei na frente da loja me deparei com umas 17 pessoas. Todos eles estavam com sacos de dormir, roupas grossas, caras felizes apesar do frio.
Depois de ver isso eu me desanimei. Minha vontade era de me juntar a eles, mas sabia que isso iria ser fisicamente impossivel, por varias razões. Pra começar eu estava vestindo meu uniforme de aviação (uma coisa meio aeromoça, com direito a lencinho em volta do pescoço e farda) não ia pegar bem eu me enfiar na fila daquele jeito. A outra razão era o frio, que estava de lascar. Devia estar em torno dos 3 graus e isso é muito frio! Portanto, peguei o trem pra casa toda triste e desanimada. Pensei comigo: "acho que não irei vê-lo. Certamente não tenho condições físicas de encarar uma noite inteira nesse frio. De mais a mais, eu já vi o Paul McCartney 8 vezes". Mas assim que cheguei em casa, fiquei muito inquieta, e no fundo eu sabia que se eu não fosse ao menos tentar vê-lo eu não iria me perdoar.
Sendo assim, passei no supermercado pra comprar umas guloseimas pra comer na fila, arrumei minha mochila, coloquei comida, revistas, maquiagem, cachecol, passe do trem, chaves de casa, carteira, celular, uma bolsinha com remedios (em caso de passar mal), perfume, etc. Pronto, mochila feita, agora era vez de separar a roupa. Escolhi algo bem quente, uma calça jeans, botas cor de uva, meião até o joelho, uma blusa lilás, outra blusa de lã bem grossa, um casaco bem grosso preto, luvas e cachecol. Fui pra cama por volta das 21:00h, botei o relógio pra despertar `as 2:45 da madrugada.
Quarta, 22 de Novembro 2006
Acordo exatamente às 2:42h, depois de ter um pesadelo no qual eu ia ver o Paul McCartney e quando estava pra encontrá-lo eu percebia que apenas um dos meus olhos tinha rimel, o outro não. ARGHHHH!!!
Levantei muito bem humorada, nao me sentia nem um pouco cansada. Pulo da cama e vou pro banheiro, boto um som no Ipod (Beatles Love) tomo meu banho, faco minha maquiagem e capricho no rimel (nos dois olhos). Seco o cabelo, me troco e vou tomar um leite com Nesquick. Bato os olhos na almofada da minha gata Bowie, e penso: hum, nao seria uma ideia levar essa almofada pra me sentar na rua. Não pensando duas vezes, eu tiro a gata da almofada que tem estampa de oncinha (a almofada, não a gata) e a coloco na minha mochila. Vocês tinham que ver o tamanho da mochila, era gigantesca!
Enfim, acordei o Brett por volta das 3:30, e pedi pra ele me levar de carro ateh Piccadilly Circus. Fomos ouvindo "All the Best" no carro. Que beleza, não havia transito nenhum nas ruas, era como naquele filme "28 Days Later".
Cheguei na Virgin por volta das 4:00 da matina. A fila estava imensa, terminava na Regent Street, ou seja, dava quase que uma volta inteira no quarteirao. Brett estacionou o carro, e eu cogitei estar na fila errada, pois as pessoas sentadas na rua mais pareciam mendigos dormindo do que fãs do Paul. Antes do Brett picar a mula, eu pedi pra que contasse quantas pessoas haviam na minha frente, pois sabia que se houvessem mais de 400 não haveria a menor chance de eu vê-lo (o Paul, não o Brett).
Entao o Brett, muito a contragosto caminhou contando o povão na fila e depois de uns 3 minutos contando a galera, ele me disse que havia contado 193 pessoas! Pensei, Oh well, até que não tá tão ruim assim.
Na minha frente tinha uma japonesa baixinha. Resolvo puxar conversa com ela, mas o inglês dela era muito ruim. Então, desisti de tentar conversar, tirei minha super almofada da mochila e me sentei naquele chão frio. Olhando a madrugada fria, o ceu negro acima de mim, e pensei: "Meu Deus, que viagem tudo isso! Nunca pensei que estaria sentada na Regent Street em pleno inverno, às 4:00h da madrugada, com uma japonesa que nao fala nada em inglês. Depois de uns 10 minutos, comecei a ficar injuriada, pois a escuridão não me permitia ler minhas revistas, tava me enjoando do iPod e os anuncios no grande luminoso de Piccadilly Circus estavam comecando a se repetir.
Sem outra alternativa, tiro meu celular da mochila. Pelo menos tenho acesso a internet e dava pra fuçar em uns sites. Comecei a ler sobre o Paul em nova Iorque, alguns sites diziam que ele não assinava mais do que 125 autógrafos, outros diziam que ele havia assinado por volta de 300... Hummm... comecei a ficar irritada. Decido jogar paciência no celular. Eta joguinho bom, nunca me canso de jogá-lo! E quando estava pra ganhar uma das partidas, me aparece um cara da loja Virgin, pedindo pra assinar meu nome em duas senhas. Deu uma delas pra mim e a outra ele guardou. Disse que aquela senha servia pra impedir que as pessoas furassem fila e tambem me garantia o lugar na mesma, caso eu quisesse ir no banheiro ou comprar algum drink. Perguntei quantas pessoas haviam na minha frente e ele respondeu: "em torno de 280"! Caramba!!! Eu era a numero 285 na fila!!!
Continuei na fila, que a essas alturas ia crescendo rapidamente. Por volta das 7:00h eu começo a ficar com muito, mas muito frio. Me cubro com meu longo cachecol, faço várias voltas enrolando-o na minha cabeça e deixo somente os olhos pra fora. Parecia uma mulçumana. E mesmo toda coberta eu sou reconhecida por um inglês fanatico pelo Paul, que eu já encontrei pelo menos umas 3 vezes em eventos Beatles. Ele se aproxima de mim e diz: "Você é a Audrey, não é?" Digo: "sim, e você é o Peter, certo?"
Começamos a conversar por uns 5 minutos e adivinhem quem chega pra cumprimentar o Peter? A louca dos DVDs do Paul, a mesma mulher que estava sentada atrás de mim no Albert Hall - e tambem estava no show do Sean Lennon. Ela cumprimenta o Peter, me ignora e depois de uns 2 minutos olha pra mim assim meio que do nada e diz: "Eu não estou muito longe de você na fila. Estou bem aí na frente. To preocupada, acho que não vamos conseguir vê-lo!" Então o Peter, muito sortudo, responde: "vocês deviam ter feito assim como eu, deveriam ter chegado aqui ontem por volta das 19:00h. Eu sou o numero 112 na fila!" Muito Obrigada Peter, você me fez me sentir mil vezes melhor! E assim, ele vai embora pro seu numero 112 da fila, a louca dos Dvds vai pra um pouco à frente de mim e eu resolvo ir procurar um banheiro. Atravesso a rua e vejo um Burguer King, mas fechado. Começo a vagar pelas ruas londrinas, até encontrar um McDonalds. Aleluia, Senhor! Vou ao banheiro e depois compro um mega Cappuccino super quente. Só pra vocês terem uma idéia, era impossivel ficar sem luvas, tamanho era o frio.
Voltei para a fila mais animadinha. Pelo menos agora a galera estava acordada. Já dava pra conversar com as duas mulheres (mãe e filha) que estavam atrás de mim na fila. Ah, o céu tambem comecou a clarear. Tudo muito bom, tudo muito bem. Recebo uma ligação do Brett no meu celular, me perguntando onde eu estava e eu lhe respondo: "que era uma pergunta meio boba e sem graca essa, onde mais poderia estar?" E antes que ele respondesse qualquer coisa eu o vejo parado ali, na minha frente, segurando uma baguette e uma red bull. Ele disse que queria me fazer uma surpresa, e que me faria companhia por mais uma hora na fila. E então a fila começa a andar rapidamente, tão rápido que já estava do outro lado do quarteirão. Toca sair correndo pela rua com a almofada de oncinha, mochila, baguettes, red bull e cachecol.
Fiquei ali na fila conversando com o Brett até as 8:30h, pois ele tinha que pegar o metrô pro trampo. E assim fico sozinha novamente. Começo a conversar com as mulheres atrás de mim. Agora já temos um grupinho de colegas de conversa. Descobri que as duas mulheres eram inglesas e moravam em Portsmouth. Atrás delas estava uma outra jovem garota de aparencia Latina (mais tarde descobri que ela da Espanha) e junto com ela havia uma outra garota miudinha, com sotaque italiano (que mais tarde descobri estava vindo de Napolis). E depois de alguns minutos um senhor inglês muito simpático, também de nome Peter se juntou a nos. Mais tarde eu descobri que esse senhor era amigo do outro Peter, aquele de numero 112 da fila. Vejam só a coincidência!
Ficamos ali na fila conversando por mais ou menos umas 2 horas, aguardando todo mundo entrar na loja e comprar os DVDs e CDs. A galera ia entrando e a nossa expectativa era bem grande, pois só haviam umas 30 pessoas na nossa frente. Por volta de umas 10:00h chega um segurança da loja nos dizendo que infelizmente nao havia mais lugar na loja pra gente, e que se quiséssemos aguardar do lado de fora, poderiamos. Mas não era garantido que iríamos ver o Paul, mesmo porque já haviam 250 pessoas lá dentro. Só iríamos receber permissão pra entrar na loja se Paul quisesse nos ceder um pouquinho do seu tempo "extra". Quase tive um infarto do miocardio de raiva! Depois de passar 6 horas no frio eu não estava garantida de ver o Paul. Mas como eu sou muito determinada, resolvi aguentar e ficar na fila. Agora estávamos na frente da Virgin Megastore. Todo mundo que passava por nós dizia: "Ah, não se preocupe, vocês irão vê-lo!"
Não demorou muito para a imprensa chegar e fazer a festa com a gente. Fomos entrevistados por vários jornais: o Daily Mail, o Evening Standard, London Lite, London Metro e outros. Como se não bastasse, eu ainda fui escolhida pra fazer uma encenação pra um filminho de introdução da cerimônia do BAFTA (British Academy of Film and Television Arts). Uma senhora me perguntou se eu me importava de fazer uma pequena encenação pra esse filme, que se chama "People's Award". Me pediu pra segurar um troféu (de verdade) olhar pro mesmo, depois olhar pra câmera e fingir que estava extasiada em receber um award! Foi bem divertido, a galera que passava na rua e via a cena se rachava de rir.
Por volta do meio dia a minha vontade de fazer xixi era grande e o frio também, mas estava receosa de chamarem a gente pra dentro da fila, então eu me aguentei e fiquei por ali mesmo, comendo umas bolachinhas, conversando com a galera. De repente um monte de policiais (sim aqueles do capacete preto que tem uma estrela na frente) chegam na frente da loja. E o povão começa a "povoar" a calçada. Um homem que montou a sua barraca de jornais, grita sem paciencia pro povo: "Saiam da frente da minha barraca! Vamos, andem, circulando!" E o povão injuriado querendo ver o Paul Mccartney chegar na loja, retruca com o vendedor de jornal: "Por um acaso você é o dono dessa rua?". Ele, educadamente: "Não, eu só estou tentando vender a p**** do meu jornal! Depois de algum tempo, vejo o povão se dispersar, sinal de que o Paul já estava na loja!
Por volta da 1:00h da tarde eu começo a me desanimar e a chuva comeca a cair! Lovely! Que mais de pior podia acontecer? Até o Peter, que estava todo animado, momento começou a perder a fé. Perguntávamos pros seguranças da loja o que se passava lá dentro e se eles sabiam se nós iríamos conseguir entrar ou não, mas a resposta era sempre a mesma. Eles diziam que o Paul falou que só iria ficar 90 minutos na loja, e que nada era garantido. A menina italiana perguntou pra um dos guardas: "Mas o Paul sabe que estamos aqui desde as 4:00 da madrugada?" E o segurança respondeu: "Sim, ele sabe, ele quis passar pelo quarteirão pra ver a fila, e sabe que vocês estão aqui aguardando há um bom tempo!"
Por volta de 1:45 um segurança sai da loja gritando pros outros: "Ok, vamos liberar mais alguns". E dessas 30 pessoas que estavam na nossa frente, eles liberaram 10. Animação total tomou conta da galera. Quem sabe agora temos uma chance de entrar? E depois de uns 15 minutos deixaram entrar mais 10 (nesse grupo estava a louca dos DVDs). Agora o nervosismo é geral, haviam apenas 7 pessoas na minha frente! Peter (o numero 112 da fila) saiu da loja todo contente com seus autógrafos, disse que o Paul vestia terno e gravata e estava bem humorado.
Esses 5 minutos de espera na fila me pareceram 15 horas, ouvi varios comentarios, de varios segurancas, do tipo: "Agora acabou, ninguem mais entra na loja", "Ok, vamos liberar mais um pequeno grupo", e "O McCartney só vai assinar mais uns 20". Até que algum deles disse: "Ok, mais 10 e chega". YUPIEEEEEEEEEEEEEEEEE! Me posicionei no meu lugar (oitava na fila) com minha senha na mão, minha mochila na outra! A fila começa a andar e o Peter começa a se empurrar junto com a gente, teoricamente ele seria o decimo primeiro, mas os seguranças acabaram deixando ele entrar junto com o nosso grupo de 10.
Ao entrar na loja, senti um alivio tremendo, estava quentinho lá dentro e haviam diversos funcionários, desde a porta até o topo das escadas do piso superior (onde o Paul estava), nos encaminhando. Eu tinha que mostrar minha senha pra todos eles, uma coisa meio FBI, meio agente secreto. Só faltava tocar "Live And Let Die" no fundo. Então, todos nós subimos as escadas e quando chegamos no piso superior, um rapaz nos colocou um pulseira de plástico da Virgin no pulso. Prosseguimos até o caixa pra comprar o CD e o DVD. E enquanto o povão ficava tentando achar o Paul com os olhos, eu tentava achar meu estojo de maquiagem dentro da mochila. Precisava melhorar minha cara vermelha de frio e também me certificar de que não estava usando rimel em apenas um dos olhos... he he he he.
Passei pó pra esconder o vermelhão do rosto, um batonzinho gloss básico, uma escova no cabelo. Tirei o casaco preto, as luvas, o cachecol, esborrifei meu perfume "Be Delicious da Donna Karan", etc. Enfim, me transformei em menos de 2 minutos. E então começo a ver todos os funcionários da loja no fim da fila atrás de nós (também pra pegar autógrafos), o que significa que realmente fomos o ultimo grupo a entrar na loja, sendo eu a oitava!!! Que sorte meu Deus, que sorte!!!!
A fila anda rapidamente, um dos seguranças pede pra guardar minha mochila e meu casaco. E a unica coisa que seguro agora são as capinhas do DVD e do CD. E quando menos espero, vejo Sir PAUL MCCARTNEY bem na minha frente. Todo de terninho à la Beatles, sentadinho, autografando pras pessoas na minha frente. Do lado da mesa dele estava aquele imbecil do John Hammel (um cara muito do antipático, que te bota medo só de olhar), e do outro lado do Paul, agachado no chão, o fotógrafo oficial do Paul, Bill Bernstein tirando fotos de cada um que ia receber seu autografo com o Paul. Havia uma televisão mostrando cenas do DVD do Paul, e eu me lembro que estava tocando a musica "Follow Me". Por incrivel que pode parecer, eu não estava nervosa. Acho que a tortura da espera tinha sido tanta que as minhas emocões estavam meio adormecidas. Caminhei mais e mais pra perto dele. A japonesa na minha frente foi até ele, disse algo que ele não entendeu, pois ele pediu pra ela repetir o que tinha dito. Ela disse algo do tipo: "não lavarei mais a mão pro resto da vida. O Paul deu uma risadinha assinou o CD e disse tchau pra ela.
Paul levanta seus lindos olhos para a próxima da fila, que é nada mais nada menos que Moi! Sim, sou EU, EUZINHA, EUUUUUUU!!! Paul me olha, abre um grande sorriso (pra minha surpresa) e diz: "Hello, darling!" (com enfase no darling). Pronto, o nervosismo ataca, as pernas já amolecem.
- Hello, Paul!
E coloco as duas capinhas na mesa pra ele autografar. Ele comeca autografar o DVD. Até então não sabia o que dizer a ele, mesmo porque nem achava que iria vê-lo. Então, do nada, eu digo: "So tell me Paul, when are you going to do a gig for us in Brazil?" (E então, Paul, quando eh que voce vai fazer um show pra nós, no Brasil?" Paul pára de assinar, olha pra mim com cara de surpresa e diz:
- Brazil?
- Yes, there are so many people waiting for you over there, you know? (Sim, ha tanta gente te aguardando por lah sabia?)
- I'd love to! (Eu iria amar!) - voltando sua atencao pro DVD.
Notei que ele está bem magro, mas bronzeado e os olhos dele estão mais verdes que o normal. Eu (apontando o dedo pra ele em tom de repreensão):
- C'mon Paul, it's been a long long time since you've been there! (Pôxa Paul, já faz um tempão desde que você esteve lá!)
Paul olha pra mim com uma cara bem safadinha, um sorriso do tipo "você é mandona, hein!):
- I'll bear that in mind next time I arrange a gig. (Eu irei lembrar disso na próxima vez que for marcar um show!)
Eu sorriu, Paul sorriu olhando bem nos meus olhos! Pega a capa do meu CD, torna a olhar pra mim (novamente dentro dos olhos) faz uma cara de safadinho, assina seu nome, me olha de novo, faz um coração na capa do CD, volta o olhar pra mim, pra ver minha reação.
Eu olho com cara de boba, cara de incrédula. Então o Paul me diz:
- There you go darling!(Aqui está, querida!)
Estende a mão pra mim, eu dou a minha mão pra ele. Mais uma vez ele me olha nos olhos... de uma forma especial!
- Obrigada Paul!
E dou um sorriso pra ele.
Saio com as pernas bambas, quase esqueço de pegar meu casaco e minha mochila. Começo a descer as escadas e vejo um moça com uma baita par de tesouras na mão. Ainda meio zonza e meio incredula do que tinha acabado de acontecer, me questiono o que seria que ela poderia estar querendo cortar. E com cérebro ainda do avesso, ofereço a ela a alça da minha mochila.
Agora que jÁ estou calma aqui em casa, me pergunto o que me levou a cogitar que a moÇa queria cortar a alça da minha mochila? Na verdade, ela me olhou de forma estranha e dise: "eu preciso cortar a sua pulseira". O outro segurança, na frente, diz: "ela esta nas nuvens agora!!!" Eu sorrio e digo: "Estou mesmo!"Desço as escadas e encontro a galera. Comeca a troca de informações sobre o Paul. "O que você disse pra ele? o que ele disse pra vc? Posso ver seu autógrafo?" Quando eu mostro meus autógrafos, noto que fui a única a ganhar um coração do Paul. Olho mais perto do outro autografo que ele me deu no DVD, e vejo um outro detalhezinho, que parece um "X" (que aqui na Inglaterra significa um beijinho).
Em meio ao zum-zum-zum da galera eu ligo pro Brett e digo com a voz cheia de nervosismo: "Adivinha só o que eu ganhei do Paul? Ganhei um autografo no coração!!!"
- Você ganhou o quê do Paul no coração?
- Um coração no meu autógrafo!
O povão ficou estatico quando eu lhes mostrei meu autografo, incluindo a louca dos DVDs, que estava se achando, só porque havia pedido pro Paul colocar o nome dela na capa do CD (o que ele fez) e, adivinhem só, o nome dela não é "a louca dos DVDs". Prefiro não divulgar seu nome, mesmo porque a "louca dos DVDs" combina muito mais com ela. Fora isso, ninguem mais ganhou nehum coraçãozinho, beijinho e estrelinha em seus autógrafos.
Perguntaram se eu havia pedido pro Paul desenhar o coração pra mim. Eu respondi que não! Que ele havia desenhado o coração por pura e espontânea vontade! Os meninos da fila brincaram , disseram que ele devia ter gostado bastante de mim, me perguntaram se ele não tinha me dado tambem o número do telefone dele!
Resolvi continuar na loja, pois o Paul já estava de saída e eu queria vê-lo indo embora. E consegui ficar bem pertinho da porta dos fundos, por onde o Paul entrou e pasmem, a porta ficava bem no lugar onde eu havia passado parte da minha madrugada do lado de fora! Depois de uns 5 minutos o Paul desce, pára bem na minha frente, faz "tchau" e sai! E eu consigo ter nervos suficiente pra tirar uma foto dele saindo da loja.
Até agora não caiu a ficha do que aconteceu. Desde o dia da tarde de autógrafos, eu não consegui me acalmar, ou deixar de olhar o autógrafo a cada 5 minutos. E a frase que não quer calar e que está deixando todos a minha volta doidos é:
O Paul desenhou um coração pra mim!!!
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