Entrevista
Abbey Road


Banda Beatles Abbey Road no Chevasse Park (Liverpool),
onde se encontra o Yellow Submarine.

Abbey Road é uma banda de Beatlemania, cujo principal objetivo é reproduzir com fidelidade excepcional, o que seria um show dos Beatles. Para isso, não poupam esforços. Com indumentária e acessórios impecáveis, instrumentos absolutamente originais e ensaios exaustivos (muitos deles de frente para o espelho e acompanhando vídeos dos Beatles), toda produção e performance são realizadas com tamanho requinte de detalhes, de forma a conduzir o espectador a uma mágica viagem de volta aos anos 60.

Formada há 15 anos e há 4 com a formação atual, Orah Neves (John Lennon), César Kiles (Paul McCartney), Maury D'Ambrósio (George Harrison), Renato Almeida (Ringo Starr) e Anselmo Ubiratan (considerado o quinto Beatle), participaram do Beatle Week Festival em 2000 (a convite dos organizadores do Festival) e 2001, sendo que em 2000, tiveram o privilégio de ABRIR O FESTIVAL com um show dentro dos Estúdios Abbey Road, para jornalistas de várias partes do mundo. Este show resultou na gravação de seu CD ao vivo. Do escritório em São Paulo e de posse dos documentos comprobatórios, Abbey Road, nos concedeu a seguinte entrevista.

Gostaríamos que nos fosse feito um breve relato sobre o histórico da banda.
Abbey Road: A banda surgiu em 1987, a partir de uma reunião de amigos, que tinham em comum a paixão pelos Beatles. A proposta inicial do grupo era tocar as músicas mais complexas dos Beatles, o que, na época, ninguém fazia. O grupo desejava executar, principalmente, as músicas da fase de estúdio dos Beatles. Foi daí que surgiu a idéia de nomearmos a banda de Abbey Road. No dia 22 de outubro de 1992, o grupo realizou seu primeiro show vestido com roupas características. Desde então, Abbey Road vem se apresentando em casas de show e grandes teatros por todo Brasil.


No Cavern Club

Falem-nos um pouco sobre os shows. Vocês tocam músicas da carreira solo dos Beatles?
Abbey Road: Temos dois tipos de shows. O show básico, no qual fazemos três fases dos Beatles. Iniciamos vestidos com os terninhos característicos da primeira fase; após esta, passamos para a fase Sgt. Peppers, também vestidos característicamente com as fardas e, finalmente, passamos à última fase, vestidos com jeans, bigodes e cabelos compridos. É óbvio que tocamos as músicas respectivas de cada fase, de acordo com a indumentária usada para cada uma delas. Normalmente a platéia solicita o "bis" no final da apresentação, ocasião na qual aproveitamos para executarmos (cada um de nós), músicas da carreira solo dos Beatles. Temos, também, um outro tipo de show, denominado completo, no qual há a participação de orquestra, telão e efeitos especiais. Trata-se de uma super-produção com 5 trocas de roupas, dirigida a grandes teatros e com estréia prevista para o próximo mês. A idéia deste show surgiu baseada na experiência que já tivemos com a participação na peça de teatro "Dê uma chance à paz", a qual esteve em cartaz num dos mais importantes teatros de São Paulo.

Ouvimos sobre a peça "Dê uma chance à paz". Fale um pouco mais sobre ela e sobre essa experiência.
Abbey Road: A peça era, na verdade, um tributo a John Lennon e aos Beatles. Era um espetáculo teatral-musical que narrava a trajetória de John Lennon, desde seu nascimento até sua morte. Dava ênfase à entrevistas inéditas (em vídeo) não só dele, como de todos que estavam diretamente ligados à história dos Beatles, como George Martin, por exemplo, e, passagens interessantes e pouco divulgadas da história dos Beatles, de John Lennon e Yoko Ono. Fizemos o papel dos Beatles tocando na primeira fase, devidamente caracterizados e na segunda fase, tocávamos acompanhados por uma orquestra e regidos por um maestro. Cada um de nós, seguramente, tem algo a dizer sobre esta experiência.
"Foi válido porque ampliou meu campo de visão. Passei a enxergar um outro lado do meio artístico, aplicável à nossa pretensão que é simular personagens. Também foi importante o contato com outras pessoas do meio musical que, atualmente, estão colaborando conosco em projetos cada vez mais sofisticados". (Maury D'Ambrósio)
"Foi uma experiência nova e que contribuiu muito para minha carreira". (Orah Neves)
"Eu já havia trabalhado no teatro antes, mas não nesse nível. A produção usava efeitos especiais e recursos de última geração, num nível de profissionalismo inimaginável até então. Nosso trabalho original é teatral e foi uma oportunidade de colocar isso em prática. Foi uma experência inédita e produtiva para mim." (Renato Almeida)
"Pela primeira vez tive a oportunidade de trabalhar com uma grande equipe, e também de contracenar com outros atores". (César Kiles)


O grande momento: os músicos da Abbey Road se reúnem nos Abbey Road Studios.

É verdade que o baixista de vocês aprendeu a tocar canhoto?
César Kiles: Na minha opinião para interpretar um personagem é preciso incorporá-lo na íntegra. Sendo assim, procuro ouvir o mesmo tipo de música que Paul ouve, ler os mesmos livros e até adotei o vegetarianismo. Porém, tocar canhoto sempre foi um obstáculo, mas não deixou de ser uma meta, uma obstinação. Após 2 anos de estudos diários e intensos, o show da Abbey Road já conta com uma parte executada como canhoto. Nosso grupo se preocupa tanto com os detalhes que seria ilógico eu não tentar tocar canhoto.



Ouvi falar que você é um dos melhores "John Lennon" do mundo. Como foi o processo de formação deste personagem?
Orah Neves: Os Beatles eram os melhores, na minha opinião, mas (pasmem), eu me identificava mais com Paul. Meu timbre de voz é bem próximo do do Paul. O jeito dele no palco, seu estilo, me pareciam mais atraentes. Com o passar dos anos, eu já sabia todas as letras de suas músicas, os seus gestos, etc...Um dia, recebi o convite para participar da banda Abbey Road como John (pois já havia um Paul na banda). Achei, na época, que não ia me adequar ao estilo e voz de John. Tive um mês para decorar a maior parte das letras dele e modificar a minha maneira de cantar, a minha performance, para poder interpretá-lo. Isso contribuiu para eu compreender melhor o trabalho de John Lennon.

E o "Ringo", como pintou?
Renato Almeida: Toco bateria há 14 anos e há 5 participo da Abbey Road. Disso se conclui que, quando ingressei na banda, já era um profissional com estilo próprio. Eu diria que tive, praticamente, que reaprender tocar bateria para interpretar Ringo. A altura do banquinho, a maneira de segurar as baquetas e o kit de Ringo são diferentes de meu estilo original. É praticamente tocar um outro instrumento! Isso contribuiu para expandir meus horizontes pois, nem sempre toco o mesmo tipo de música; "abriu minha cabeça" para captar as sutilezas de cada gênero musical.


Na frente do Magical Mystery Bus original!

Sabemos que a Abbey Road apresenta-se com uma coleção inigualável de instrumentos originais. Como surgiu esta coleção?
Maury D'Ambrósio: Sou um apaixonado por guitarras. Costumo dizer que, mesmo que eu não tivesse minhas duas mãos, ainda assim seria um colecionador de guitarras antigas (vintage). Sempre gostei dos Beatles, motivo pelo qual acabei me interessando por guitarras dos Beatles. Durante muitos anos pesquisei e viajei pela Europa e Estados Unidos com o intuito de adquirir guitarras antigas. Muitas delas comprei em boas condições, outras tive que restaurar, procurando sempre utilizar peças originais. Hoje tenho esta coleção e me sinto privilegiado por poder utilizá-las nos shows. Me sentiria frustrado se eu fosse colecionador de algo que não pudesse utilizar na prática.

Anselmo, você é considerado o quinto Beatle. É maestro, tem formação clássica. Que tipo de trabalho você realiza na banda?
Anselmo: Meu trabalho é reproduzir todo tipo de som alheio aos quatro músicos tocando (instrumentos acústicos, efeitos especiais, etc...), seja utilizando equipamentos tecnológicos, seja escrevendo para instrumentos sinfônicos.

Quais os momentos mais marcantes da história da banda?
1 - Tocar para mais de 100.000 pessoas na Victoria Street, uma movimentada rua de Liverpool, com delírio e interação da platéia;
2 - Tocar no Cavern Club, recebendo elogios de um dos proprietários do local;
3 - Tocar na Chevasse Park (Liverpool), onde se encontra o Yellow Submarine para cerca de 20.000 pessoas;
4 - Receber o convite para participar do Beatle Week Festival 2000;
5 - Abrir o Beatle Week Festival 2000 com um show dentro dos Estúdios Abbey Road para a imprensa internacional com direito à gravação de um CD;
6 - Tocar na escola onde John Lennon estudou;
7 - Ganhar um tour por Liverpool dentro do ônibus ORIGINAL e com o motorista ORIGINAL do filme Magical Mystery Tour dirigindo para nós;
8 - Ter o privilégio de termos uma foto nossa escolhida para estampar a CAMISETA e a capa do PROGRAMA oficial do Beatle Week Festival 2000;
9 - Termos tido o reconhecimento da imprensa internacional com direito a entrevista pela BBC de Londres e Revista Focus Alemã;
10 - No Brasil, há alguns anos, um show inesquecível em um estádio de futebol.

Mais informações sobre a banda Abbey Road no site www.beatlesabbeyroad.com.br


Em ação, caracterizados com os uniformes à lá Sgt. Peppers










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