Entrevista


Cláudio Teran começou a ouvir Beatles há vários anos. Suas lembranças mais antigas remontam da pré-adolescência. Ele se ligava 'de carona' no rádio AM de sua mãe, Glede, instalado na cozinha da casa da família em Bagé, Rio Grande do Sul. “Fazia os deveres da escola enquanto minha mãe cuidava dos afazeres domésticos ouvindo seus programas de rádio favoritos. Devia ter uns 07/08 anos. Nas rádios, Difusora e Cultura sempre tocava alguma coisa dos Fab Four, como Hey Jude; Hello Goodbye; From me to You; Please Please Me; She Loves You...” Mas a música que de fato 'ligou' Teran para sempre aos Beatles foi Help! “Aqueles vocais, o som quente daquela canção realmente grudou e nunca mais parei de me interessar pelos Beatles”, afirma.


Através das amizades com vizinhos e colegas de escola, ele passou a ter maior acesso ao trabalho dos Beatles. E quanto mais escutava maior se tornava a paixão. “Um disco que considero determinante para meu aprofundamento foi o compacto Strawberry Fields Forever/Penny Lane. Aquilo me soou inteiramente novo, moderno, diferente de tudo o que ouvira até então”, avalia. No Colégio Auxiliadora de Bagé, onde fez o ginasial, Cláudio Teran avançou mais ainda nos seus contatos com os Beatles através do som ambiente do colégio. “Os padres tinham quatro PA's espalhados pelo pátio do Auxiliadora. Please Please Me quando tocava naquele sistema de som fazia a gente parar de jogar bola - eu pelo menos parava - para escutar”, garante. Pesquisador, colecionador, fã, especialista, radialista, e acadêmico em Gestão Empresarial, Cláudio Teran aos 45 anos, finalmente fala da sua intimidade no mundo da beatlemania, e conta algumas histórias saborosas na presente entrevista...

Você é um grande colaborador e colunista do portal Beatles Brasil, sempre com informações fartas. Como faz para estar informado sobre os Beatles?
É como um vício. E talvez seja mesmo. Com o tempo de beatlemania você se familiariza demais com a história e com os fatos. Isso ajuda na hora de capturar a informação, pois permite que você 'saque' de onde as coisas vêm. O conhecimento vasto também ajuda a descartar boatos e disparates. Com o advento da internet ficou mais fácil porque a rede tem tudo o que se possa imaginar - numa velocidade inacreditável se compararmos com o que era necessário fazer para estar razoavelmente informado em décadas passadas. Leitura para mim sempre foi e continua sendo fundamental. Também gosto da boa conversa, então tenho minhas fontes de contato dentro e fora do Brasil por e-mail, msn, telefonemas, e até alguns valiosos contatos pessoais, em que pese a falta de união na beatlemania cearense.

E como era antes da Internet?
Tudo era muito lento. Lembro-me de uma antiga publicação dos anos 60, a Revista do Rádio, cujas páginas eram recheadas de noticias dos Beatles. E fotos. O material era bem tosco, impresso em papel jornal. Não faz muito tempo eu folheei um exemplar de 1965 dando conta do lançamento do compacto com I Feel Fine/She's a Woman. A manchete dizia assim: “The Beatles Lançam Canções Inéditas na Europa”. Ora. Checando datas hoje em dia percebe-se que o citado compacto de vinil fôra publicado na Inglaterra em 1964, e ainda estava inédito por aqui. Então era tudo muito mais difícil. Nos anos 70/80 também era necessário 'garimpar' jornais e revistas em busca de informações. A revista Manchete tinha uma sessão, O Mundo em Manchete. Eu chegava à banca de jornal, e folheava. Se encontrasse uma foto recente dos Beatles, ou uma reportagem, gastava o dinheiro da merenda escolar e comprava. No dentista era mais fácil, a gente roubava as fotos das revistas da sala de espera quando a secretária não estava olhando (rssss). Na biblioteca do colégio, a mesma coisa. Hoje com a internet, se uma informação foi publicada pelo New York Times é só ir até lá em dois cliques e pronto. Os próprios artistas parecem mais próximos, com suas páginas oficiais dedicadas aos lançamentos.

Não Havia Outras Formas de se informar?
Nos anos 70 'o quente' era adquirir publicações estrangeiras já que não havia fanzines no país. Pelo menos não havia com um mínimo de organização. Chique era assinar por um ano a Beatle Book e receber informações (em tom oficialesco, e com aquelas ótimas fotos). Tinha uma revista holandesa, Beatles Unlimited que era muito boa embora bem simples. E fanzines legais como o The Write Thing que vinha dos EUA (todo feito em formato de xérox, e era xérox mesmo). Compra-los não era muito fácil porque tinha que mandar dólares para fora do país, e isso, era complicado. Ainda mais para adolescentes naquele tempo. Uma das alternativas era conseguir os fanzines emprestados ou xerocados. Alguns ainda hoje funcionam bem como fontes de consulta.

Por quê?
Quando escrevi as revistinhas da tour 1974 do George para o Beatles Brasil, recorri ao The Write Thing, embora não tenha muitos exemplares. Lá tem reviews dos shows providenciados pelos próprios fãs que assistiram os concertos, além de fotos que eles tiraram. Em 1974, veja você. Então para resgatar os fatos relativos àquele período da carreira de George Harrison eu usei esses arquivos velhos, porém ainda valiosos. Tem informações contidas lá, com detalhes específicos de determinados shows que você não encontra noutro lugar. Minha idéia de fazer um fã clube com edição e publicação de um fanzine veio daí.


E como foi isso?

Quando John Lennon morreu, o movimento discoteque estava acabando. Então veio um boom de beatlemania que varreu o planeta. Muita gente se interessando, os discos sendo relançados. No Brasil o grande marco foi o par de revistinhas Revolution que o Malagolli editou em 1979, se não me engano. Aquilo foi uma loucura, todos queriam ter aquelas publicações especializadas. Hoje em dia sabemos que era uma imitação (muito boa por sinal) da Beatle Book. O Malagolli me mandou as duas revistinhas de presente, mas acabei por negociá-las. Troquei por um exemplar lacrado do Rotogravure, o LP do Ringo de 1976. Pouco depois o Revolution passou a publicar jornais feitos na base do mimeógrafo e do xérox (não riam, naquele tempo ainda não existia micro). Tinha o Luis Antônio, com o Cavern Club, que também articulava os fãs. Óbvio que tudo muito localizado, geralmente nas capitais. E então começaram a ressurgir fãs-clubes da noite para o dia.

Você pode citar alguns? O seu fã clube surgiu nesse embalo?
Sim. No Rio de Janeiro tinha o Yellow Submarine. Lizzie Bravo ressuscitou com Lula Tiribás o fanzine, Hello Goodbye. No Ceará, Julio Serra comandava o From me to You. Em Bagé, no interior do Rio Grande do Sul, eu criei o 'Beatles National Post' com uma proposta diferenciada. A ambição era trocar informações por correspondência com pelo menos um beatlemaniaco de cada Estado. Quase conseguimos. Eu e os companheiros Antônio Ricardo Almeida, e Paulo César Vignolle de Souza. Lembro-me que jamais surgiu beatlemaniaco dos estados (que no começo dos anos 80 ainda eram territórios) de Rondônia, Roraima, Amapá... Para divulgar nosso fanzine - tataravô do mundo virtual porque tentou unir fãs de uma ponta a outra do Brasil na base da cartinha - a gente recorria às revistas que a gurizada lia na época, como a Carícia, Sétimo Céu, Amiga, Contigo, e outras. O Malagolli também ajudava a divulgar. Nosso fanzine veio na seqüência. Chamava-se A Day in the Life, e era bem mambembe.

Como assim, mambembe?
A matriz com os textos datilografados era um papel tipo A-3 bem grosso. Quase não cabia na máquina de escrever. Depois dos textos com informações sobre pirataria, letras traduzidas, disco do mês, etc, colávamos as fotos. A folha dobrada ao meio virava um jornal de 4 páginas. O Antônio Ricardo cuidava do lay out. Publicamos 14 exemplares no total. A gente xerocava e vendia aos sócios do fã-clube virtual, já que os contatos eram todos por correspondência. Tinha um cara em Bagé, o Luis Felipe, que nos ajudava demais embora não fosse fã dos Beatles. O dinheiro que a turma pagava pelos jornaizinhos nunca dava para bancar a conta das cópias, então quando a gente chegava à loja sempre tinha problema. Mas o Felipe quebrava o galho. Xerocava dez páginas e cobrava somente cinco, e isso ajudava o coitado do Beatles National Post a se manter às duras penas. A gente 'envelopava' e mandava pelos Correios para os assinantes.

Vale lembrar também um fanzine que surgiu na primeira metade dos anos 80 no interior de São Paulo, o Beatles Forever, que resultou em apenas três revistinhas que imitavam a Beatles Unlimited. O Yellow Submarine carioca também publicava seu jornalzinho - era disparado o mais mambembe de todos, feito pela Cláudia Reitberger se não me engano. Na época valia a pena coleciona-los, deparar-se com uma informação até então inédita, e tal. Ter os fanzines significava estar 'antenado' entende?

O que os fãs mais buscavam nos anos 70/80?
Pirataria era coisa difícil. A coletânea Beatles at the Beeb com os programas de rádio da BBC era inatingível em vinis originais. Vinil pirata por sinal era coisa caríssima. O primeiro pirata que ouvi, The Beatles Broadcasts (com gravações da BBC) me chegou através de uma fita cassete. Meu objeto do desejo em 1982 era, por exemplo, o álbum triplo de vinil, Concert For Bangladesh, do George, então um item raro, caro, e fora de catálogo. Vale ressaltar que nos anos 70 a discografia deu uma rareada nas lojas, principalmente no auge do movimento 'discoteque'. Com a morte do John, todavia, os LP's voltaram em massa às prateleiras, inclusive das carreiras-solo dos quatro.

Qual foi teu primeiro pirata?
O primeirão foi um pirata alemão com o Rock'n'Roll Circus completo, bela capa e som horroroso. Fiquei desapontado ao ouvir, mas achava bom exibi-lo para os colegas. Muitos mal disfarçavam a inveja. O primeiro dos Beatles foi o Decca Tapes, comprado do Malagolli. Comprei um e ele me mandou dois exemplares.

Por quê?
Quando o disco chegou - em vinil vermelho, fabricado no Brasil pelo próprio Malagolli - coisa que ninguém sabia naquela época - estava quebrado. Quando chegava em Till There Was You a agulha ficava raspando numa rachadura, pulava, parava de tocar. Fiz uma carta lacrimosa para ele, lamentando o ocorrido. Deve ter quebrado no caminhão do Correio, sei lá. Malagolli, com quem sempre tive uma relação muito boa, respondeu enviando-me outro exemplar. Que tenho até hoje. O 'quebrado' eu dei para uma então grande amiga que na verdade não era amiga, e virou ex-amiga.

Você é um grande colecionador de beatle stuff. Qual o tamanho da sua coleção?
Taí uma coisa que não sei dizer. Em nível de Ceará eu asseguro que é a maior coleção porque inclui vinis, livros, CD's, dvd's, posters, itens promocionais, ingressos, recortes, fotos, fanzines, artigos publicados em jornais e revistas, e por aí vai. Mas eu sou o cara mais desorganizado do mundo nesse sentido já que tenho tudo amontoado em armários e caixas. Falta-me tempo para organizar esse acervo. Eu coleciono os Beatles, priorizando discos e vídeos sempre. Atualmente estou terminando de digitalizar minha coleção - coisas que eu só tinha em VHS estão virando DVD agora. Também coleciono a carreira-solo dos quatro - tudo de cada um sem distinção. Busco 'collectors items' indistintamente.

Quais os itens mais queridos?
Têm vários. Meus xodós são os livros In His Own Write e A Spaniard in the Works em suas edições originais. Tenho exemplares da primeira tiragem. Também curto muito os livros I me Mine, do George, e o Get Back, do Ethan Russell (das primeiras edições) itens que tive muito trabalho para adquirir. Meu Decca Tapes de vinil também tem um valor especial porque foi meu primeiro pirata, como já falei. Outro item legal é a coleção mono original dos anos 60, incluindo o Let it Be mono. Meu ingresso do show do Paul no Pacaembu em 1993 é outro xodó... Em CD, as coleções piratas Ultra Rare Trax e Unsurpassed Masters foram marcos por apresentar material pirata com qualidade nunca ouvida até então. Minha coleção completa dos Beatles em vinil também é um xodó porque comprei em 26 prestações (!) na extinta rede J.H Santos do Rio Grande do Sul. Mais de 2 anos pagando, amigo. Ainda guardo o carnê (rsss). Paguei com meu primeiro emprego de office boy. Os discos vieram numa caixa de papelão da EMI e a transportadora foi deixar na minha casa. Minha mãe quase me mata ao saber que eu estava gastando “uma fortuna” (como ela dizia) em discos dos Beatles. Eu não dormia de noite, olhando os discos, conferindo os encartes, espalhando os vinis sobre a cama. Ouvir os LP's com head phones era (e ainda é) mágico....saudades...

Ser radialista tem algo a ver com os Beatles?
De certa maneira sim já que sempre fui apaixonado por música. Comecei em rádio no segundo semestre de 1.980 como Operador de Áudio, na rádio Clube de Bagé. Antes disso, porém, eu já curtia. Tanto que em 1979 surgiu meu primeiro programa radiofônico sobre os Beatles. Na rádio Difusora de Bagé.

Você era o apresentador?
Não. A atração ia ao ar aos domingos, das dez as dez e meia da noite, como um quadro fixo do programa Freqüência Musical Balançada, da rádio Difusora. Eu e meu amigo Paulo César Vignolle, íamos para a rádio à noite, com uma sacola cheia de vinis, levávamos roteiro batido a máquina, e lá na rádio o apresentador, Carlos Alberto Gonçalves (o Bozzó) lia. E fazia tudo errado, pronunciava mal os nomes das músicas, se irritava se estourássemos o tempo de 30 minutos. Quando chovia, a gente chegava à rádio batendo queixo de frio, e molhados até o pescoço. Os vinis, porém, chegavam sequinhos (rssss). Foi o começo. Só virei apresentador de programa de Beatles em rádio, no Ceará.

Todos conhecem o Teran como um jornalista cearense. Mas você é gaúcho, na verdade. Você acompanha de alguma forma a beatlemania naquela terra?
Eu sou gaúcho sim, nascido em Bagé na fronteira do Brasil com o Uruguai. Me transferi para o Ceará em 1985 e aqui estou até hoje. No começo dos anos 80 eu não tinha muito conhecimento de movimento beatlemaniaco no Rio Grande do Sul. Naquela época não havia bandas cover. E o próprio Zé Lennon eu só fui ouvir falar dele aqui no Beatles Brasil. Hoje em dia sei que o Zé é um dos caras que mais divulga no extremo Sul. Sabe o que eu gostava de fazer quando morava no Sul? Pegava a grana magérrima do salário de office boy e encarava mais de 700 km de viagem de ônibus - ida e volta - entre Bagé e Porto Alegre. Em companhia do meu amigo Antônio Ricardo. A gente descia na rodoviária e seguia direto para a Rua da Praia, em busca das boas lojas de discos de Porto Alegre, como a Kings Discos, no calçadão da Rua da Praia, onde comprei vários LP's que possuo até hoje.



E o que acontecia de bom nessas 'garimpagens'?
Lembro de chegar lá um dia e 'torrar' até o dinheiro do almoço com vinis. Aí tinha só um trocado da passagem de volta e uns cruzeiros extras. O cara da loja então me disse: “não vais levar o novo do George Harrison?” Bom veja como era a comunicação naquele tempo. George tinha um disco novo na praça e ninguém sabia!? O cara então me mostrou o LP Gone Troppo, com aquela capa esquisita. Cheguei a duvidar que fosse um disco novo. O cara então colocou para escutar no som ambiente, e foi logo com Wake up my Love. Bom, comprei na hora, e só sobrou o dinheiro da passagem. Eu e o Antônio Ricardo fomos para o gramado do entorno do Auditório Araújo Viana, na Praça da Redenção e ficamos lá olhando os encartes do London Town; do Ringo 73; do Venus and Mars; do Gone Troppo... Por sorte o Ricardo tinha uns cinco pacotes de biscoito Maria (rssss). Entupimos-nos de biscoito para matar a fome até chegar a hora de retornar a Bagé com as 'conquistas', ou seja, os discos. Quando desembarcamos na rodoviária de Bagé, era um sábado á noite, estávamos para desmaiar de fome, mas valeu a pena. No domingo eu comecei o dia com meu velho Polyvox detonado ouvindo: “I want your love/wake up my love...” Bom demais...rssss....

Em relação ao Ceará, fale-nos um pouco sobre o panorama beatle daí...
Aqui já foi muito bom (falo pelo período em que vivo no Ceará, há 22 anos) e teve um boom a partir da vinda do Paul ao Brasil em 1990. Até então havia pouco contato entre os fãs locais. Quando aqui cheguei o fã clube do Julio Serra, From me to You, encerrara as atividades, então tava todo mundo disperso. Cada qual colecionava suas coisas sem um contato mais amplo. No show do Paul no Maracanã, todavia, muitos fãs se encontraram. Eu não fui. Minha mulher estava grávida do Claudinho, meu segundo filho e não poderia deixá-la. Logo depois surgiu a idéia de fazer-se um programa de rádio para divulgar os Beatles no Ceará. Era o nascimento do Freqüência Beatles.

E deu certo?
Sim. Aqui tem muita gente que curte Beatles. O programa cresceu muito a partir de 1992/93 quando passou a ter duas horas semanais. Começou a aparecer muita gente para colaborar, conhecer quem fazia etc. Não havia roteiro nem nada. Só uns fãs em torno da mesa de locução da rádio, batendo papo, com uns estojos e alguns CDs. Assumi a produção (que não existia antes de mim) nessa época, segunda metade de 1.992 e dei uma profissionalizada na coisa. Criei o formato, as vinhetas com abertura, encerramento, os quadros, e as sessões. Trabalhei sozinho na produção, valendo-me do conhecimento, do meu largo acervo, e da minha condição de profissional de imprensa. As edições seguiam datas específicas. A cada sábado, um acontecimento da história dos Beatles era destacado com as respectivas canções daquele período. A partir de 1.995 o Vladimir Araújo juntou-se ao grupo e passou a colaborar diretamente comigo na produção, e a gente passava a semana trocando faxes, telefonemas, organizando com seriedade o próximo programa.

Valeu a pena?
Foram quase dez anos de dedicação. Guardo no meu acervo uma caixa contendo 8 anos de produção do Freqüência Beatles com tudo o que foi levado ao ar no período de 1992 a 1999, sábado após sábado. Essa documentação em meu poder é a história real e verdadeira da minha dedicação ao programa. Eu e o Vladimir costumávamos comentar que nos dedicávamos profissionalmente à causa, tendo idéias, pesquisando e produzindo enquanto o restante da turma ia ao estúdio da Universitária FM com o propósito de divertir-se apenas. Outros se ocupavam em me atacar pelas costas, achando que “queria aparecer.” Coisas da beatlemania nacional. E cearense em particular.

Foi nesse ambiente que surgiram as bandas cover daí?
Nesse ambiente surgiu a primeira banda, a Rubber Soul, com suas dezenas de formações. Durante os anos 90 o programa teve seu apogeu, realizando grandes eventos abrilhantados pela Rubber Soul, shows em bares, com telões, etc. Em 1.996, para desespero geral do dono da Rubber Soul surge a concorrência da Remember Beatles, com uma proposta de fazer cover semelhante a Sgt. Peppers, de Minas Gerais; a Fab Revival; e a Beatles Forever, de São Paulo, ou seja, tocando e cantando nos tons originais e caprichando nos arranjos vocais e instrumentais.

A Remember Beatles tinha vez nos eventos do Frequência?
Inicialmente tinha sim, até o dono da Rubber Soul incomodar-se com a concorrência. Ele acabou persuadindo toda a equipe do programa (eu inclusive) a barrar a Remember sob a alegativa que não era possível numa cidade do porte de Fortaleza (4ª Capital do país - 2,4 milhões de habitantes) a existência de duas bandas cover tocando Beatles. A Remember foi proibida numa emissora de rádio pública, mantida com dinheiro do contribuinte. Teve uma época em que a Remember Beatles 'pagava' à Universitária FM pelos anúncios de seus eventos, enquanto os da Rubber Soul até hoje saem gratuitamente. Coisas da beatlemania nacional, amigo.

Quando e porque você saiu do Freqüência?
Em 1999, por força de desentendimentos bastante desagradáveis com os que realmente mandavam no programa.

O que aconteceu?
Minha dedicação ao programa e à divulgação dos Beatles foi sincera. Mas nunca compreendida. Sempre havia uma ciumeira de um ou outro elemento, preocupado com o fato de que eu me destacava muito na atração. A meu favor tinha duas coisas: ser profissional do microfone fazia a diferença na hora de falar. E ter um vasto conhecimento. Isso ajudava com o público, mas criava atritos internos entre o grupo, ciumeiras, etc. Alguns me odiavam em silêncio. Aquela coisa mesquinha de fã-clubes infelizmente tão comum em tantos outros lugares pelo país. Fui forçado a sair. Na época, bastante magoado. Mas dei a volta por cima. Hoje considero que foi melhor assim, para ambos os lados.

Então a beatlemania no Ceará tem dois lados...
Não tinha até eu sair do programa. Enquanto eu estive lá, havia uma unidade na visão do público. Com a minha saída as pessoas perceberam quem era quem na beatlemania cearense, e quem fazia o quê. Isso acabou sendo muito bom para a minha carreira solo (rssss) porque os ouvintes passaram a compreender com exatidão o peso real que cada um tinha. O Frequência se mantém no ar até hoje, o que sem dúvida é positivo para a divulgação dos Beatles, mas o modelo envelheceu. A fórmula que eu deixei em 1.999 ainda é a mesma, intocada, e careceria de completa renovação.

Ainda tem muita rivalidade entre bandas e grupos?
Já foi pior. Hoje a tal da 'cena beatle' de Fortaleza não existe mais. Os fãs mais antigos de ambos os lados não freqüentam as apresentações como antes, talvez porque não suportem mais barzinhos. Tem três bandas cover tocando na noite de Fortaleza. A mais ocupada é a Remember Beatles. Delas, só a Sgt. Pimenta não vive da música. As duas principais precisam tocar porque a maioria dos integrantes tira o sustento dos palcos. Isso não é bom porque no meu entendimento o amor à causa acaba vindo depois do interesse financeiro. Ideal seria o contrário.

Depois que deixou o Freqüência você foi fazer o quê?
Fui trabalhar com a Remember Beatles e passei a produzir os eventos da banda. Eventos. Não me refiro a shows em barzinhos. A convite da rádio Assunção (hoje Globo Fortaleza AM, onde trabalho) produzi e apresentei durante nove meses o Pop Go The Beatles. O programa tinha excelente aceitação, mas saiu do ar porque não consegui viabiliza-lo economicamente. A rádio queria 2 mil reais mensais em 1999, para que continuasse. Essa inclusive é uma vantagem inegável do Freqüência Beatles. O programa se mantém no ar há anos, de graça. Ou melhor, bancado pelo contribuinte, numa rádio pública federal.


E a Rádio Beatles Brasil?

Foi idéia sua... com concepção compartilhada entre eu e o Vladimir com a ajuda valiosa dos estúdios Renato Padrão e do sonoplasta Diego Soares. Fizemos sete programas e foi um tremendo sucesso. Acho que foi a primeira vez que um fã-clube virtual como o Beatles Brasil teve um programa de rádio integralmente profissional, feito por gente da área das comunicações. Conheço pessoas ligadas a fã-clubes do Roberto Carlos e do Raul Seixas que decidiram copiar a nossa iniciativa. Sem modéstia eu acho que fizemos um excelente trabalho, e era, por demais, gratificante acessar a página e escutar a rádio através da página. Muito bom mesmo. Não fosse a falta de tempo tanto da minha parte quanto do Vladimir, ainda estaríamos fazendo.

Quanto aos eventos que você realizou aí em Fortaleza, quais destacaria?
O projeto Let it Be 2.000 foi um marco, comemorando os 30 anos do lançamento do filme e do disco. A Remember Beatles tocou o álbum inteiro, no palco de um cinema da cidade, em bares, colégios, e teatros. Casa lotada. No telão exibimos o filme - que há muitos anos estava fora do circuito cinematográfico. Repetimos a dose com Imagine - John Lennon, de Andrew Solt um ano depois. E com os discos Please Please Me e With The Beatles, que tocamos por inteiro. E teve a nova edição do A Hard Days Night, que eu consegui trazer para três dias de exibição exclusiva em Fortaleza. Também realizei projetos fechados como o tocante tributo a George Harrison, que superlotou o cinema Benfica. Muitas pessoas compraram ingresso para sentar no chão, já que não havia mais cadeira para ninguém. Todos esses eventos temáticos foram profissionalmente produzidos, primando pela organização. Todos graças a Deus, foram sucessos, de público e crítica. Importante destacar o trabalho com a Remember Beatles. Eu e os músicos da banda desenvolvemos - e mantemos - uma verdadeira e preciosa amizade.

Como você avalia o papel das bandas cover em termos de divulgação dos Beatles no Brasil?
Acho que é um papel secundário. O que não significa que não tenha importância. O problema com as cover é que a maioria 'se julga essencial' demais quando não é. Banda cover boa é a humilde, onde os músicos tocam bem e respeitam os Beatles. Um grupo voltado para tocar Beatles 'inventando' em cima dos arranjos originais quer seja por incompetência ou mesmo arrogância dos músicos merece aquele grito de guerra do Maestro Beto Ianicelli: “morte às bandas cover!” Também é insuportável o músico de banda cover que subestima os Fabs. Alguns até acham que tocam melhor que John, Paul, George e Ringo. Então, tá fazendo o quê numa banda cover?

Na sua opinião como uma banda cover pode contribuir corretamente na divulgação dos Beatles?
O mais importante para a subsistência delas é justamente preencher bem a lacuna de tocar Beatles ao vivo. Mas para isso é preciso tocar direito, com esmero e respeito às canções e aos fãs. É preciso ter consciência que certas músicas só podem ser levadas ao palco se a banda de fato 'se garantir' muito. All You Need is Love; I'm the Walrus; She's Leaving Home e Strawberry Fields Forever, merecem veneração. As bandas cover deviam pensar mil vezes antes de tentar toca-las ao vivo por aí. Não é com um 'sampler' qualquer de teclado de churrascaria de beira de estrada que copiará à perfeição os timbres de metais de Got to Get You Into my Life, por exemplo. Ter 3 bons cantores também é essencial. Quem não for cantor de rock and roll com potência de voz, por favor, não passe vergonha 'assassinando' Helter Skelter, Oh! Darling, ou I've Got a Feeling porque será objeto de chacotas, além de estar 'estuprando' clássicos. O mínimo que uma banda cover deveria compreender é que os Beatles nunca soltaram uma porcaria sequer no mercado, pelo contrário. E essas canções são sagradas, bom lembrar. Sagradas !


Banda cover boa tem que se travestir de Beatles?

Banda cover boa tem que tocar e cantar direito, nos tons originais e seguindo fielmente os arranjos das canções. E deve primar pelas três vozes, definindo quem vai fazer John, Paul, e George. Não deve fazer distinção de fase. Tem que compreender que a vocalização de This Boy com as três vozes é tão importante como a de Because. Melhor ainda se o batera ficar com as faixas do Ringo. Compreendo o esforço das cover em usar instrumentos idênticos e vestir-se de Beatles nas diversas fases, com terminhos, roupas do Sgt. Peppers, etc. Mas pessoalmente eu não gosto desse tipo de imitação. No nordeste, uma banda que tocar com aquelas roupas do Peppers num calorão, os caras vão derreter (rsss). Quando o cover parte para o visual, por mais caprichado que seja, eu acho que desvia um pouco o foco. Para mim banda cover boa é a competente ao tocar e cantar, formada por músicos qualificados. Outra recomendação: os músicos de bandas cover têm que tomar cuidado com elogios vindos dos leigos, porque embriagado num barzinho, o cara não distingue nada de coisa nenhuma e é até capaz de ter uma alucinação enxergando John Lennon 'encarnado' num cantor cover enquanto o álcool faz efeito. Tocar e cantar, muito bem, é fundamental. O resto é acessório...

Mudando de assunto radicalmente: se você fosse contratado para fazer a defesa da Yoko Ono, que argumentos usaria em favor da viúva de Lennon?
Eu diria que ela não passa de uma japonesa adepta de uma arte de gosto duvidoso da qual ninguém quer saber, e como cantora seria capaz de fazer porco gritar e bala de canhão dobrar a esquina. Uma mulher que só queria um beatle para ajudar a promover as loucuras dela...

Isso é a defesa?
É sim, porque num tribunal de exceção formado por beatlemaníacos roxos talvez ela escapasse da fogueira pela força brutal desses argumentos indesmentíveis. He he he.

Você acha que o Ringo é um Beatle injustiçado?
Depende do ponto de vista. Ele é o baterista mais famoso do mundo e para mim é um beatle igual aos outros. Mas a injustiça existe quando ele não está no Rock and Roll Hall of Fame; pelo fato de não ser SIR; e por estar em casa gravando Never Without You com Eric Clapton e não ser chamado para o evento dos 50 anos de reinado da Rainha Elizabeth. Nisso ele é um injustiçado. Ringo é porém, um dos músicos mais talentosos do mundo. Quem duvida preste atenção num show de banda cover. Se o batera não compreender a filosofia da percussão do Ringo, pode ter certeza que até um leigo notará que alguma coisa está errada.

Como você, hard-collector das antigas, vê o apetite da garotada atual por mp3 e downloads grátis?
Acho que eles não sabem como era bom fazer o que eu fiz para comprar um disco de vinil. Falta romantismo hoje em dia e a meu ver tem também aquela coisa do 'novo.' Ninguém sabe o que será o amanhã em termos de tecnologia. Hoje em dia é como se o mp3 e o download grátis tenham vindo para ser eternos. Será? Raridades, não existem mais em termos de música? Aparentemente não. Em minha opinião mesmo com tanta tecnologia, nada substitui o prazer de ver e ter os itens numa coleção empilha-los, junta-los, toca-los. Acho uma bobagem essa coisa do download pago também. Porque na prática bastará que uma pessoa pague, e depois espalhe na rede para que os outros baixem de graça. Taí o novo disco do Radiohead para não me deixar mentir. Há um outro detalhe também. Colecionadores da minha geração compraram a coleção dos Beatles duas vezes no mínimo. Quando tínhamos todos os vinis oficiais - incluindo os da carreira solo - surgiu a mídia CD e a gente teve de comprar tudo de novo. Já me preparo para comprar uma terceira vez.

Quando?
Quando a Apple/EMI decidir pelo relançamento dos discos em CD. Creio que o ideal seria a publicação em formatos múltiplos para contentar todo mundo. Edições em mono, em estéreo, digipack, com nova mixagem, e/ou preservando a mixagem clássica, etc.

Dr. Ebbett's continua sendo a saída para o hard collector enquanto espera pelo relançamento oficial dos CD's com qualidade melhor?
Certamente. Mas os Ebbett's só servirão para o colecionador experiente. Neófitos não devem se iludir com eles porque talvez nem conheçam a coleção oficial, nem notem significativas diferenças. Alguns Ebbett's, porém são fundamentais como o Please Please Me; With The Beatles; o Abbey Road mono; e o All Things Must Pass. Este - incrível - tem som melhor na mixagem do Ebbett's retirada de um vinil virgem que a edição original 'remasterizada' que saiu no ano dois mil.

Como fica a coisa da raridade hoje em dia no que tange a uma coleção dos Beatles?
Se tomarmos por base a era do download, poderíamos afirmar que não existe mais raridade. Qualquer item hoje em dia no que tange a CDs ou DVDs pode ser baixado de algum lugar. É bem diferente dos anos 70 quando um vinil pirata como o Black Album era uma espécie de Santo Graal. Só que não devemos resumir raridade somente à coisa da música. Qualquer um pode ter o Decca Tapes em CD, mas aquele meu vinil tem um valor especial, inestimável para mim. Um autógrafo original de um dos Fabs dado especialmente para a pessoa, como aquele do Paul McCartney no Ecce Cor Meum da Audrey Copping, não tem preço. Posso dizer a mesma coisa das minhas edições originais dos dois livros do John Lennon. Mesmo em relação à música, importante não é sair baixando adoidado as coisas. O correto é ir conhecendo, disco a disco, faixa a faixa o trabalho de seu ídolo. Porque você terá surpresas maravilhosas a cada audição. To fazendo isso com o Bob Dylan,comprando um a um os discos dele dos anos 60. Alguns eu já conhecia, mas ouvi-los agora na maturidade é perfeito. No futuro, o conceito de raridade se tornará uma questão pessoal, o que não deixa de ser ótimo.

Você tem Beatle preferido?
Não. Eu consumo os quatro igualmente. Sem nenhuma distinção. Coleciono tudo dos quatro, e para mim, um pirata do último show do Paul é tão importante quanto o do último show do Ringo. Tenho as coleções de cada um em CD e em vinil, além de muita pirataria.


Qual seu momento Beatle inesquecível?

Sem dúvida o show do Paul no Pacaembu em 1993. Aquela atmosfera do estádio lotado, a espera pelo apagar das luzes, e McCartney no palco foi a coisa mais mágica que eu já presenciei na minha história de fã. Melhor só se tivesse assistido a um show dos Beatles. Próximo de onde eu estava - no gargarejo, o mais perto possível de Paul - as pessoas gritavam choravam, cantavam de mãos dadas como em Hey Jude. Lembro que quando o show terminou, eu fiquei deitado no chão pensando no que acontecera quando um cara chegou e me disse: “que coisa, agora sabemos que eles existem mesmo.” E eu acho que era esse o sentimento de todos os que estavam lá. Foi realmente um estado de magia pura, um momento inesquecível do qual lembrarei para sempre, mesmo que ainda tenha o privilégio de ver Paul Mc Cartney outra vez ao vivo, um dia. Ou um show de Ringo Starr.


A Beatlemania nacional de hoje tem algo em comum com a dos anos 60/70? Faça uma comparação.

Eu acho que é bem diferente por um aspecto. Hoje está, digamos mais profissional porque qualquer um pode se informar com muita facilidade por força da internet. Não há muito espaço para o boato porque ficou fácil acessar os fatos reais. Mas nos anos 60 e 70 havia, talvez, mais companheirismo. Infelizmente há muita desunião e distanciamento entre fãs, e o pior é a concorrência bestial, as brigas paroquiais. Tem coisa mais primitiva que dono de fã-clube se achando mais importante que os próprios Beatles? Ou banda cover 'se considerando' melhor que os Fab Four?

Qual é o papel do Beatles Brasil na beatlemania nacional?
A meu ver o site criado por iniciativa sua e do Zé Lennon já entrou para a história da beatlemania brazuca pela capacidade de congregar. Fala-se muito num evento multimídia para reunir os fãs do país inteiro, mas eu acredito que isso nunca ocorrerá, inclusive pela fogueira de vaidades que impera na beatlemania. Ainda assim é no Beatles Brasil que todos se encontram. Mesmo quem não gosta do portal entra lá todos os dias, toda a semana para saber como andam as coisas. É também a mais moderna ferramenta de divulgação dos Beatles, tanto que um programa de rádio para concorrer com o portal tem de ser muito bom mesmo. Alguns inclusive, 'copiam' todas as notícias lá postadas, sem dar o crédito, infelizmente. O Beatles Brasil não é só o maior portal específico da América Latina, é o sitio da integração da beatlemania nacional. Até mesmo para seus inimigos...



REPERCUSSÃO ENTREVISTA TERAN

YEDA MOREIRA - Rio de Janeiro - RJ:
Entrevista linda. Eu já conhecia parte da história. Meu amigo Teran 'venera' os Beatles. Goste-se ou não dele garanto que devia merecer o respeito até de seus inimigos. E ele os tem?

PAULO CÉSAR - Fortaleza - Ce:
Sobre a entrevista, bem, moro em Fortaleza, SOU CEARENSE, portanto, gosto dos Beatles e acompanhava o Freqüência Beatles e toda a sua evolução, produzido pelo gaúcho Teran. Os bastidores da sua saída do referido programa foram relatados na entrevista! Uma pena que tenha saído e que exista a mencionada desunião entre os beatlemaníacos digamos, top de linha de Fortaleza.

Tudo certo, o programa realmente tinha uma ótima produção no tempo do Teran, bastante informação, como dito pelo ex-produtor. Agora, meu caro Teran, desculpe apenas fazer uma pequena observação na sua entrevista quando vc disse: "Outros se ocupavam em me atacar pelas costas... Coisas da beatlemania nacional. E cearense em particular". Falar pelas costas" não é uma característica particular de "cearense.

Acho que o povo cearense em geral não merece esse título, não acha? Boa sorte. Continuo te acompanhando, apesar de não poder participar tanto, mas admiro sua dedicação ao assunto Beatle.

TERAN RESPONDE: “tens toda a razão amigo. Pode ter certeza que não quis ofender o povo maravilhoso que me adotou. Amo o Ceará e respeito demais esta terra querida.”

FRANCISCO FÁBIO PARENTE MOREIRA - Fortaleza - Ce:
Hey man. A entrevista é um pouco longa, mas lerei com calma.

BETO IANNICELLI - São Paulo - SP:
Adorei a sua entrevista. Parabéns por sua lucidez. Espero que a gente ainda tenha a oportunidade de trocar figurinhas pessoalmente. Papo é o que não vai faltar, principalmente se o assunto for...Beatles. VIXE!!!! Abração e, mais uma vez, parabéns. Beto Iannicelli GOD BLESS THE BEATLES! SHANTI...

KENNEDY KLAUS - Sobral - Ce:
Disse muito, esclareceu o que eu nunca soube, e revelou uma história e tanto. Valeu.

ZEZÉ MEDEIROS - Fortaleza - Ce:
A entrevista é bem longa tanto que li a prestação. He he he. Mas ta tudo lá do jeito que as coisas aconteceram. Só encontrei um erro: a primeira banda a tocar Beatles em Fortaleza não foi a 'Alma de Borracha' não. Nos anos 60 tinha uma que foi a primeira, mas não recordo o nome. Nos final dos anos 80 surgiram a Caco de Vidro e a Yer Blues, onde o vocalista era eu. Parabéns Teran!

AGENOR FILHO - Fortaleza - Ce:
Olá cara. Acabei de ler a sua entrevista. Parabéns. Clara, lúcida, objetiva. A sua entrega a causa beatlemaníaca demonstra bem a grandeza que foram aqueles rapazes. As vezes penso que conheço alguma coisa de Beatles, mas quando leio suas crônicas, textos, etc, é que vejo que sou, como diria o Gonzaguinha, "um eterno aprendiz". Abraços.

MÁRCIO BANDEIRA - Planet CD's - Fortaleza - Ce:
Olá meu amigo.....Excelente entrevista na pagina, uma ótima materia!!!!! Parabéns!!!

VINICIUS TAVARES - Fortaleza - Ce:
Ótima entrevista, no entanto, gostei mais da narração do gol do Ituano contra o Fortaleza no último sábado. Abraços!

VALESKA SOUZA - Fortaleza - Ce:
Hey, friend! Adorei a entrevista! Parabéns pelo trabalho. E se algum dia precisar de uma palavra de incentivo para continuar no árduo trabalho de divulgação do conteúdo beatle, escute o que eu vou lhe dizer agora: Faça, em nome dos inúmeros beatlemaníacos brasileiros, o seu trabalho com o coração. Não se importe com as críticas. Apenas faça. Pense naqueles que não têm acesso às informações. Dedique seu precioso tempo em nome do amor aos 4 garotos. Não hesite em nos presentear com as novidades (e com coisas antigas também) a respeito de Beatles. Em nome dos beatle-fãs espalhados pelo mundo, APENAS FAÇA! Um abraço. V.S.

GUSTAVO WEYNE - Fortaleza - Ce
Eu li e adicionei aos meus links favoritos. Ta tudo lá. Parabéns.

DOCTOR ROBERT (Roberto Holanda) - Fortaleza - Ce:
Grande Teran...eheheheheh...tenho ótimas lembranças quando em 1.994, no alto dos meus 13 anos, ficava escutando todos seus comentários no Freqüência sobre o bootleg: The complete BBC Sessions. Ainda na rádio universitária. Obrigado por me apresentar aos Beatles. Tudo de bom pra vc!

RONISE TERAN CAVALCANTE - Anápolis - Go:
Ei, nem me avisou da entrevista né cabeção? Mas já salvei as fotos, entrevista impressa e vou mandar tudo pra mamãe, estou preparando uma caixa de final de ano p/ ela, e vou incluir os mimos do filhinho favorito, hehehehehehe. Nem há o q elogiar mais né? A lucidez de suas palavras e a forma como vc se comunica com o público são por demais cativantes. E o melhor é que é MEU IRMÃO eeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!! Beijos mis.

VLADIMIR ARAÚJO - Fortaleza - Ce:
Aguarde considerações. Em off, claro.

ROBERTO VASCONCELLOS - Fortaleza - Ce:
Teran, Eu que fiz parte da última página dessa sua história, me preocupei em ler atentamente tudo que foi escrito, levado que fui a ficar contra você, assim como muitos outros daquele programa. As páginas roubadas da sala de espera de consultório... Também aconteceu comigo rsrs_. Enfim, acho que seria até desnecessário apontar o verdadeiro culpado do afastamento e divisão de todos. Parabéns!!!

GOUVAN MARTINS - Fortaleza - Ce:
Muito bom cara. Realmente não ouvi mais o programa desde sua saída, mas agora sei o motivo! Chato, porém você foi para um lado melhor,e para uma banda melhor, pois vi praticamente a Remember Beatles nascer. Mesmo no anonimato eu espiava o salto que a Remember dava. O Fabinho é muito amigo meu. Sempre que podia eu curtia a banda no Maria Bonita, mas ultimamente saí da cena dos bares e bandas, mas vou voltar e reencontrá-los e te ver novamente. E vale ressaltar, me ausentei, mas no coração ainda mora Beatles. Abraço amigo e até qualquer dia desses.

JOELMA VIEIRA - Goiânia - Go:
Para minha felicidade, a entrevista mais esperada saiu, e como valeu a pena esperar... Trata-se de um bate-papo contagiante, rico em informações preciosas, curiosidades, sendo, por vezes, nostálgico e muito bem humorado, coisa de quem não é só apaixonado pelos Fab, mas entende com profundidade do assunto e se dedica há anos, seja pesquisando, coletando materiais (contando hoje com um acervo de babar, rsss), divulgando, nem sempre com o devido reconhecimento, a obra insuperável dos nossos queridos cabeludinhos!!! Amigo, quero dizer que simplesmente AMEI! A sua entrevista, longe de ser cansativa, deixou um gostinho de “quero mais”, porque sei que boas histórias não lhe faltam. Beijos, Joelma.

DANIELA (Just Wandering) - Fortaleza - Ce:
Li tudo!!!!Ta show de bolaaaa!! O meio beatlemaniaco é um babadoooo!!rsrs. Adorei o lance da Yoko..kkkkkkkkkkkk.

BALD BEATLE - Rio de Janeiro - RJ:
Muito boa a entrevista e concordo plenamente com vc em relação às raridades. Hoje todo mundo pode ter tudo em cd ou DVd, mas não há prazer maior do que ter o nosso The Decca Tapes em vinil!!! Hehehe. Grande abraço. Bald Beatle.

DOMINGOS SÁVIO MARIMON DEBLE - Bagé - RS:
Teran apesar dos 22 anos de distância, foi muito bom ler tua história na beatlemania, já que muita coisa eu acompanhei ao teu lado aqui em Bagé, no comecinho da tua dedicação à causa. Parabéns.

JULIO SERRA - Fortaleza - Ce:
Parceiro, muito boa a entrevista. A narrativa sem rancor foi o melhor momento porque incomodou muita gente que conhecemos em comum, embora eu ache que teu propósito não foi esse. A história rica é que realmente conta. Valeu.









Free Web Hosting