Entrevista
Laurence Juber

Laurence Juber foi o guitarrista da última formação dos Wings. Excelente músico, Laurence participou do disco "Back To The Egg", do single "Goodnight Tonight / Daytime Nightime Suffering" e das últimas apresentações da banda. Nesta entrevista publicada em um site alemão, ele fala sobre seu trabalho atual, os discos que gravou e, claro, sobre Paul McCartney.



Tradução de Gustavo Montenegro

Antes de começarmos, eu honestamente quero dizer que estou muito orgulhoso por fazer esta entrevista, verdadeiramente um prazer para mim.
Oh, obrigado. O prazer é meu.

Bem, começando com o presente. Conte-me sobre a turnê que você está fazendo com Ulli Bögershausen e Ed Gerhard.
Oh, fizemos um show juntos em Nashville no ano de 2000. Nós gostamos de trabalhar juntos. Ulli teve a idéia de viajarmos juntos pela Alemanha. Então, no ano passado, eu dei aulas durante uma semana em um workshop em Tuscanny, Itália. Jürgen Hanke, que é o promotor da turnê, foi meu aluno. Ele e Ulli se juntaram e arranjaram a turnê, porque Jürgen também é um grande fã de Ulli. Então eles me falaram sobre a excursão e eu disse "Claro!"

Vocês vão tocar juntos ou fazer atos separados?
Sim, vamos tocar juntos e em separado também. Cada um faz seu show sozinho e depois nos juntamos.

Vocês já pensaram em um álbum ao vivo?
Desta turnê? Eu já pensei sobre um álbum ao vivo só meu. Eu tenho um vídeo, um show que foi filmado em Nashville cerca de quatro anos atrás. Estou planejando um disco ao vivo. Desta turnê, eu acho que vamos filmar o show de hoje, mas apenas para arquivo.

Seu contrato de gravação é com a Laika Records ou com a Acoustic Music?
Não. Meu contrato é com a Solid Air Records, que representa a Acoustic Music nos Estados Unidos. Ela representa a Acoustic Music mas não é o mesmo selo. Na verdade, eu não tenho um contrato de gravação na Alemanha.



Ok... é muito difícil achar seus discos...
Você pode comprá-los pela Internet - laurencejuber.com

Você gravou muitos álbuns acústicos com violões. Sem vocais, apenas o instrumento. Qual seu maior desejo se você vai aos estúdios hoje em dia?
Meu maior desejo é fazer boa música. Como eu não canto - eu canto, mas não profissionalmente - minha voz é a minha guitarra. A voz da minha personalidade está no violão. Mas eu ainda toco guitarra elétrica. Quando eu faço meus discos, eu gosto de tentar fazer CDs interessantes para quem ouve.

Como você escolheu as canções para este projeto?
Bem, eu não quis tocar canções que já eram acústicas. Então, nada de "I Will", "Julia" ou "Blackbird. Exceto "Here Comes The Sun", que é acústica mas eu toco de um jeito diferente, outra afinação. Falo das canções ao estilo e levada do "White Album". Há certas canções que sempre foram as favoritas. Algumas delas foram verdadeiros desafios. "Strawberry Fields"foi um desafio.

O fade-out...
Sim, mas a música inteira foi um desafio, a linha de baixo na melodia.

Qual foi o seu primeiro disco?
O primeiro álbum foi "Solo Flight", de 1990. Mas com os Wings houve um outtake de "Back To The Egg" chamado "Maisie".


Agora vamos para o ano de 1979. Como você entrou nos Wings?

Como entrei nos Wings? Através de Denny Laine. Eu trabalhei com ele em um programa de TV de David Essex - pop star inglês - e Denny gostou do meu jeito de tocar e acabou me recomendando.

Você teve que passar por um teste?
Passei por um teste. Eu não conhecia as músicas dos Wings.

Foi difícil para você?
Ah, na verdade foi divertido. É o Paul McCartney! (risadas) Mas ele foi bastante amigável e eu não precisiva conhecer as músicas dos Wings. Tudo funcionou muito bem.

O que vocês tocaram?
Algumas de Chuck Berry, um pouco de Reggae...

Qual a maior diferença entre você e os guitarristas anteriores dos Wings, Jimmy McCulloch e Henry McCullough?
Bem, no caso de Jimmy... é que ele não está mais vivo... (risadas). Eu acho que meu estilo, meu caminho na música é um pouco mais versátil. Eu posso fazer muito mais coisas. Na verdade, Jimmy não tocava muito violão, talvez só um pouco. E Henry... acho que ambosvieram diretamente do rock. Já o meu estilo é mais um pouco de jazz, um pouco de...

Talvez um pouco mais de Blues?
Bem, tenho minhas raízes no Blues também. A coisa é incorporar os estilos para o pop. Acho que eu era mais o guitarrista pop para Paul. Mas eu também acho que tive a chance de fazer mais trabalhos de guitarra na época, porque havia espaço para isso. E eu aproveitei este espaço. Acho que toco alguns solo de guitarra que são meio incomuns. Não há muitos solos de guitarra em vários discos de McCartney. Talvez "Flaming Pie"! (risadas)

Quando jovem ou criança, você chegou a pensar que um dia tocaria com Paul McCartney?
Nunca!

Era um sonho de criança ou os Beatles eram apenas mais um conjunto entre os vários que existiam?
Não, eu era um grande fã dos Beatles... e dos Stones, Animals e dos Yardbirds...

Small Faces...
Sim, todas as bandas inglesas. Mas, você sabe, como um menino era normal pensar "Não seria ótimo tocar com os Beatles?" Na verdade, toquei com três deles. Nada mau.

Três deles?
Sim, toquei com George e Ringo também.

As sessões para "Stop And Smell The Roses".
"Stop And Smell The Roses" e depois com George para "Shangai Surprise".

Eu não sabia disso. Foi na música "Shangai Surprise"?
Não, foi em "Breath Away From Heaven", a versão que está no filme. É diferente da que está em "Cloud Nine".

Ao se juntar aos Wings, as expectativas que você tinha se realizaram?
Esta é uma pergunta complicada! Eu sabia que Paul tinha a fama de ser um cara um pouco difícil de se trabalhar. E não foi assim. Foi fácil trabalhar com ele na maior parte do tempo. Exceto quando ele decidiu levar maconha para o Japão. Em geral ele era uma pessoa muito fácil de se trabalhar e acho que isso foi uma grande escola para mim. A única expectativa que eu tinha ao me juntar à banda foi a de estar largando uma carreira de sucesso como músico de estúdio, já que não dava para fazer os dois.

Mas o que você aprendeu? Quero dizer, talvez você seja tecnicamente melhor que Paul...
Sim, mas eu aprendí como fazer discos. Aprendí como escrever canções, aprendí como separar o lado financeiro das canções. Muitas coisas. Aprendí que não há problema em trabalhar com sua esposa.

Desde aquele famoso diálogo entre Paul e George no filme "Let It Be", todos sabem como Paul McCartney pode dominar as pessoas. Você teve alguma liberdade para suas partes de guitarra durante a gravação de "Back To the Egg"?
Eu tive muita liberdade. Quero dizer, haviam momentos onde eu estava tocando um solo e Paul estava lá. Eu estava tocando para ele. Houve apenas uma ocasião em que ele me disse o que tocar e foi em "Daytime Nightime Suffering", pois foi daquela forma que ele a escreveu. Também em "Coming Up", ele escreveu o riff dela (canta) diddlelittlelitditdit…, aquela parte, e me disse que era assim que gostaria que fosse tocado.

Tenho sempre a impressão de que os solos que os guitarristas tocam para Paul são quase indênticos ao estilo dele.
Os meus não são assim. Se você comparar o meu jeito de tocar em "Back To The Egg" com o jeito que Paul toca, verá que é bastante diferente. E Paul não tocou...como em "Spin It On" ou mesmo no show do "Kampuchea". O solo que eu fiz em "Let It Be"... é bem típico da minha forma de tocar. Ele não toca daquele jeito.

Paul te pediu alguma sugestão para a gravação?
Oh, ele era muito aberto para idéias. Realmente captava as idéias. Algumas vezes ele dizia para mim e Denny, "Não é isso que quero" e então explicava como queria. Você sabe, todos tinham a liberdade de fazer isso. Na maioria das vezes eu estava livre para fazer o que queria. Até mesmo quando estávamos mixando as faixas, ele disse "Você fica com sua parte" e eu controlei a mixagem da minha guitarra.

Isto é surpreendente. Sempre ouvimos que "Paul é um cara muito dificil" e...
Mas a realidade não era assim.

Parece que todos os antigos membros dos Wings têm coisas positivas a dizer. Denny Seiwell...
Sim. Denny eu conheço muito bem. Ele é meu vizinho.

Oh...
Ele mora a uma rua de distância.

Como era o clima na Banda? O documentário "Wingspan" dá a impressão de que havia uma tensão no ar...
Isto não foi bem abordado no documentário. A forma como foi apresentado não é totalmente verdadeira. Na verdade, a última formação dos Wings foi bem sucedida. Embora "Back to the Egg" não tenha sido um grande sucesso na America, ele vendeu alguns milhões de cópias. Um pouco mais que os singles extraídos dele. Ganhamos um Grammy por "Rockestra". "Rockestra" foi um grande sucesso em todos os lugares. "Goodnight Tonight" também foi um grande sucesso. Mas isto não foi contado em "Wingspan". Talvez porque eles tiveram pouco tempo, já que a primeira meia hora é dedicada ao fim dos Beatles. É assim porque foi feito para a TV americana.

Eu não gosto da coletânea "Wingspan"...
Aí é outra coisa.

17 canções nada têm a ver com Wings.
É o "Paul McCartneyspan" (risadas).... Paul me pediu desculpas antes do lançamento de "Wingspan". Ele explicou que estava sendo feito realmente para exibição na TV e que não seria totalmente preciso. Algum tempo depois ele disse "Você se viu em Wingspan?" E eu respondí "Sim, um pouco". (risadas)

Houve algum indício de que Paul pensava "Talvez este seja o último disco dos Wings", ou ele estava entusiasmado sobre o futuro da banda?
Ele estava entusiasmado, mas eu realmente... eu acho que depois do Japão, particularmente, após ele ser preso e ficar na cadeia.... acho que deve ter pensado "Será que queremos continuar com isso?" Foi uma grande mudança. Ele estava com 40 anos... não era mais a mesma coisa. Então ficou claro que haviam algumas perguntas sobre o que iria acontecer. Mas, você sabe, antes de irmos ao Japão nós já tínhamos planos de fazer uma turnê americana e depois eu acho que iríamos para a Europa. Então, a turnê de 1980, se tivéssemos mesmo feito a turnê, teria sido uma coisa bem diferente. Teria sido algo como "Ok, agora a banda conseguiu sua energia para viver, vamos fazer outro disco".

Mas na Inglaterra não foi uma grande produção como em "Wings Over America"...
Não, não foi uma grande produção. Foi uma coisa mais básica... "Back To The Egg" significa voltar às origens e Chris Thomas produziu, ele veio dos Sex Pistols, estava trabalhando com os Pretenders... uma coisa diferente. E "London Town" foi um álbum estranho, quase como um disco folk.

Vocês gravaran no Rancho Ranachan...
Ranachan. Ele fica na Escócia, sim. E também no Castelo Lympne ao sul da Inglaterra.

Fale-me sobre as sessões da "Rockestra".
Foram ótimas.

Obviamente foi uma grande produção, com todos aqueles superstars chegando...
Todo mundo no estúdio. Mas ninguém se comportou como estrela.

Alguns eram seus ídolos?
Oh, sim! Olhe bem para os guitarristas. Pete Townshend, Hank Marvin e Dave Gilmour. Jimmy Page... Jimmy Page nunca chegou a aparecer. Seu amplificador estava lá mas ele nunca veio. John Paul Jones está na gravação, assim como John Bonham. Mas nada de Jimmy Page. Quando fizemos ao vivo, Eric Clapton era esperado para se juntar a nós, mas ele acabou dormindo...

London Hammersmith?
Hammersmith, sim. Foi uma grande, grande sessão. Foi bem fácil.

Quanto tempo durou?
Duas músicas - três horas. Músicos profissionais.

Como era seu relacionamento com Linda?
Linda era ótima. Ela era muito Rock N' Roll. Ela não recebeu realmente o respeito que merecia. Era uma grande fotógrafa. Não era uma excelente tecladista, mas era boa. Um bom membro da banda. Era muito segura. Quando ela tinha partes para tocar, ela sempre estava lá no momento certo.

Então você concordaria com Mick Jagger, que certa vez disse que "não levaria minha mulher para a estrada"?
Bem, minha esposa produz meu discos. Na verdade eu já estive no palco com ela, pois ela tinha uma banda chamada "The Housewives", uma banda de comédia na qual eu já toquei. E também John Mayall com sua esposa Maggie...

Falando por mim, "Back To The Egg", ao lado de "Venus And Mars"e - claro - "Band On The Run", é o melhor álbum dos Wings.
Oh, fico feliz por você pensar assim.



Mas a aceitação do álbum e da turnê não foi muito positiva.
Não foi particularmente positiva na época. Agora... acho que as críticas da "Rolling Stone" ficam de duas até quatro estrelas, porque ele é um dos poucos discos que ainda soam bem. Há uma energia verdadeira nele. Alguns dos outros discos dos Wings podem ter sido bons na época mas na verdade não tinham...vida? Mas "Back To The Egg" ainda soa muito novo. E eu ainda estou esperando... na verdade você nunca ouviu o disco, porque ele nunca foi remasterizado da forma correta...exceto "Rockestra" em "Wingspan" que foi remasterizada e alí soa realmente bem. "Goodnight Tonight"e talvez "Daytime Nighttime Suffering" que talvez sejam um pouco datadas. Mas eu tenho tentado fazer isso... Nós conversamos sobre relançar todos os Cds dos Wings e eu gostaria de poder dar uma escutada na remasterização.

Mas eu acho que já foram remasterizados. No início dos anos 90, as edições brancas.
Sim, mas não é a mesma coisa. Eles fazem muito melhor agora. Meu amigo Joe Gastwirt, ele trabalhou em todos os Cds do Grateful Dead. Ele fez uma grande remasterização. Tudo analógico.

Como é o nome dele?
Joe Gastwirt. Eles relançaram todos os CDs do Grateful Dead completamente remasterizados. Ele fez a melhor versão de "Pet Sounds" também.

O box set?
Acho que sim.

Então, você pode explicar a razão de "Back To The Egg" não ter ido tão bem?
Eu não poderia explicar.

Pelo público, pela crítica...
Pelo o que estava rolando na America, não era Boston, não era Aerosmith, não era aquele tipo de Rock N' Roll e na Europa não era a Disco Music. Algo como "Goodnight Tonight"! Se "Goodnight Tonight" tivesse entrado no álbum, acho que ele teria vendido mais algumas cópias, porque ela era o grande sucesso.

Claro.
Mas era parte do processo inteiro de fazer um disco. É algo difícil de explicar. Eu acho que haviam certas coisas sobre o disco que poderiam ter sido melhores. Acho que se "Goodnight Tonight" estivesse nele, e se "Reception" não estivesse nele....

Existe aquela bela música chamada "Maisie" que está em vários bootlges. Foi gravada durante as sessões de "Back To The Egg". Alguma vez foi cogitada como sua contribuição para o álbum?
Foi gravada como parte dele, mas nunca foi... Você sabe, acho que teria sido um álbum mais interessante se ela estivesse nele também. Tenho perguntado se talvez nós pudéssemos colocá-la na versão remasterizada, assim ele ficaria mais completo.

... e porque Joe English e Jimmy McCulloch tiveram suas partes em "Wings At The Speed Of Sound"...
Certo, mas Steve Holly não teve nada em "Back To The Egg" também. Por exemplo... havia uma parte em "Old Siam Sir" que era realmente uma jam do grupo... mas isso não saiu como uma jam.

Você já regravou "Maisie"?
Sim, fiz uma versão solo que está em "Naked Guitar", o meu segundo CD...

Quais suas lembranças das sessões para o disco "Stop And Smell The Roses" do Ringo?
Bem, foi divertido, porque nós fomos para o sul da França. Estava no verão e eu lembro de ficar sentado lá com meu violão, lá estavam Paul e Ringo, e eu pensava "Yeah!" Foi ótimo. Lembro que tivemos Lloyd Green tocando steel guitar e foi muito legal. Aquelas sessões foram muito tranqüilas, foram muito simples. As músicas não eram muito complicadas. Fizemos uma canção por dia... e também fizemos "Love's Full Glory" com Linda ao mesmo tempo...

"Wide Prarie"
Sim, "Wide Prarie", e também uma canção chamada "You Can't Fight Lightning" com Ringo. Esta foi... estranha. Ringo estava tocando um dos meus violões e ele acabou ferindo seu dedo enquanto tocava, ficou sangrando e ainda pode-se ver manchas de sangue dentro do violão. Tem sangue beatle nele! (risadas)

Nunca foi lavado?
Não pode ser lavado. Isso estragaria a madeira.

Que músicas vocês ensaiaram para a turnê inglesa que acabaram não entrando no setlist?
Acho que a única foi "With A Little Luck". Nós mudamos o setlist quando estávamos indo para o Japão. Lembro que tocamos "Another Day" e íamos tocar "Live And Let Die"... eu esquecí... algumas outras... Oh! Nós quase tocamos "We Can Work It Out". Paul tirou a parte acústica um dia. Nós nunca chegamos a tocá-la, mas teria sido legal.

A única faixa Beatle que não entrou no setlist?
Sim, isso mesmo.

Conte-me sobre a turnê. Como os Wings terminaram?
Bem, a turnê inglesa foi muito boa. Quero dizer, todos os lugares onde tocamos estavam lotados. A banda realmente começou a ficar bem unida. No show em Glasgow, que foi todo gravado - você já deve ter ouvido, existe um bootleg - a banda estava muito boa. Depois que fizemos "Kampuchea" tivemos o período do Natal, e todo mundo estava meio cheio daquele espírito natalino. Mas até então eu achava que havíamos tocado muito bem. A banda estava realmente se tornando muito boa. Paul estava tocando uma maravilha! Suas partes no baixo eram fabulosas. Depois do que aconteceu em Tokyo, quando não houve mais turnê, nós continuamos trabalhando. Voltamos juntos e mixamos "Coming Up" para o compacto. Ficamos trabalhando durante todo o ano. Nós ensaiamos algumas das canções que acabaram em "Tug Of War". Mas o problema é que éramos uma banda de rock que tocava músicas que não eram verdadeiramente rock. Se tivéssemos ido para o estúdio ao invés de ficarmos apenas ensaiando e se tivéssemos voltado à estrada outra vez, você sabe, como fazíamos normalmente, acho que as coisas teriam corrido bem. Mas então George Martin se envolveu na história. Então, pelo final de 1980, Paul estava trabalhando em "Tug Of War" mas a banda ainda estava unida, pois nós voltamos para os estúdios e finalizamos o que ele chamava de "Cold Cuts". Eu olhei para aquela situação e disse "Isto não vai continuar", e fiz planos de ir para Nova York. Na verdade, fui para Nova York no início de janeiro de 81. Os Wings oficialmente não acabaram até abril de 81, mas eu já tinha ido pois não havia mais nada a fazer.

Sobre sua carreira após a separação, ser um membro dos Wings foi uma coisa boa ou um fardo para você?
Em grande parte foi bom. Abriu algumas portas para mim, as pessoas ficaram mais preparadas para me ouvir. Sempre foi uma coisa útil. Algo como estudar na Universidade de Londres ou na Universidade de Liverpool... Universidade McCartney! (risadas)

Fazer seus próprios discos hoje é mais divertido do que ter tocado com os Wings?
Bem, eu tenho mais responsabilidades agora. Eu componho para a televisão, para filmes e toco nas trilhas, shows para a TV... e faço meus próprios discos, toco em uma banda de blues e... Eu tenho uma carreira muito diversa. Com os Wings eu poderia ter isso, mas aí o telefone toca e Paul precisa de você.

Eu lí que houve uma pequena reunião dos Wings em 97.
Sim, em Nova York com Denny e Steve. Foi divertido.

O que vocês tocaram?
Eu não lembro.

Foi apenas nesta ocasião?
Não, na verdade eu toquei com Denny algumas vezes. Tocamos em Liverpool, acho que em 92 ou 93.

Vocês ainda mantém contato? Também com Paul?
Sim, eu o ví algumas semanas atrás quando ele estava em Los Angeles, em Anaheim.

O mais recente álbum de Paul, "Driving Rain", foi muito elogiado pela imprensa musical. Por outro lado, as vendas não foram boas. Você ouviu o disco?
Ouví o disco algumas vezes. Eu acho que ele poderia ter feito um trabalho melhor.

Alguma vez pensou em um disco acústico com músicas dos Wings?
Sim, na verdade foi Paul. Quando eu disse a ele que havia gravado um álbum com temas dos Beatles, ele disse "Que tal os Wings?". Gravei "My Love" em meu mais recente CD, "Different Times".

Última pergunta: Quem são seus guitarristas preferidos?
Pode esperar uma semana? (risadas) Muitos, muitos guitarristas, todos de estilos diferentes. Clássicos e jazz... são muitos. Joe Pass, Jimi Hendrix, Jeff Beck, Eric Clapton, Django Reinhardt, Julian Bream …

Ok, muito obrigado.
Eu é que te agradeço.









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